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São Ranieri de Pisa
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São Ranieri de Pisa
A cidade de Pisa era, nos séculos XI e XII, um importante
pólo comercial marítimo da Itália, que contribuía também no combate aos piratas
sarracenos. Assim, paralelamente, ao burburinho dos negócios, a vida mundana da
corte era exuberante e tentadora, principalmente para os mais jovens. Foi nessa
época, no ano 1118, que Ranieri Scacceri nasceu em Pisa. Era filho único de
Gandulfo e Emengarda, ambos de famílias tradicionais de nobres mercadores
riquíssimos. A sua educação foi confiada ao bispo de Kinzica, para que
recebesse boa formação religiosa e para os negócios. Porém Ranieri, mostrando
forte inclinação artística, preferiu estudar lira e canto. E para desgosto dos
pais e do bispo, seu tutor, ele se entregou à vida fútil e desregrada,
apreciando as festas da corte onde se apresentava. Com isso, tornou-se uma
figura popular e conhecida na cidade de Pisa. Aos dezenove anos de idade,
impressionado com a vida miserável dos pobres da cidade e percebendo a
inutilidade de sua vida, decidiu mudar. Contribuiu para isso o encontro que
teve com o eremita Alberto da Córsega, que o estimulou a voltar para a vida de
valores cristãos e a serviço de Deus. Foi assim que Ranieri ingressou no
Mosteiro de São Vito, em Pisa, apenas como irmão leigo. Depois de viver, até os
vinte e três anos de idade, recolhido como solitário, doou toda a sua fortuna
aos pobres e necessitados e partiu em peregrinação à Terra Santa, onde
permaneceu por quase quatorze anos. Viajou por todos os lugares santos de
Jerusalém, Acre e outras cidades da Palestina, conduzindo a sua existência pelo
caminho da santidade. Foi nessa ocasião que sua virtude taumatúrgica para com
os pobres passou a manifestar-se. Vestido com roupas pobres, vivendo só de
esmolas, Ranieri lia segredos nos corações, expulsava demônios, realizava curas
e conversões. Já com fama de santidade, em 1154 retornou a Pisa e ao Mosteiro
de São Vito, mas sempre como irmão leigo. Em pouco tempo, tornou-se o apóstolo
e diretor espiritual dos monges e dos habitantes da cidade. Segundo os
registros da Igreja, os seus prodígios ocorriam por meio do pão e da água
benzidos, os quais distribuía a todos os aflitos que o solicitavam, o que lhe
valeu o apelido de "Ranieri d'água". Depois de sete anos do seu
regresso da longa peregrinação, Ranieri morreu no dia 17 de junho de 1161. E
desde então os milagres continuaram a ocorrer por sua intercessão, por meio da
água benzida com sua oração ou colocada sobre sua sepultura. Canonizado pelo
papa Alexandre III, são Ranieri de Pisa foi proclamado padroeiro dos viajantes
e da cidade de Pisa. A catedral dessa cidade conserva suas relíquias, que são
veneradas no dia de sua morte.
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