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Agostinho Zhao Rong e 119 Companheiros
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Santa Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus
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A Igreja Católica levou a luz do Evangelho ao povo chinês a
partir do século V. No seguinte, já existia a primeira igreja católica e a
primeira sede episcopal, na cidade de Beijin. A adaptação da liturgia católica
foi possível porque o cristianismo era visto, naquele período, como uma
realidade que enriquecia e não se opunha aos mais altos valores das tradições
do povo chinês. Para o qual, o sentimento de natural religiosidade é uma das
características mais profundas da história de sua nação, de todos os séculos. A
Igreja Católica deu um novo impulso na evangelização da China após a divulgação
de vários decretos imperiais. Estes concediam liberdade religiosa para todos os
súditos e autorizavam os missionários a evangelizar em seus vastos domínios.
Mas, a questão dos "rituais católicos chineses" começou a irritar o
imperador que, influenciado pela perseguição aos cristãos no Japão, resolveu
promover a sua também. No início a perseguição ocorreu disfarçada e
veladamente. Os massacres sangrentos dos cristãos só começaram em 1648. Na
época todos os decretos foram cancelados e as execuções autorizadas, apenas os
que renegassem a fé seriam poupados. Do século XVII até a metade do século XIX
muitos missionários e fiéis leigos foram mortos, inclusive Monsenhor João
Gabriel Taurin Defresse, das Missões Exteriores de Paris, e que depois também
foi beatificado. Agostinho Zhao Rong era um soldado chinês que escoltou
Monsenhor Dufresse até a cidade de Beijin e o acompanhou até sua execução por
decapitação. Ele ficou muito impressionado com a serenidade e a força
espiritual de Defresse que, apesar de torturado, não renegou a fé em Cristo.
Foi assim que Agostinho se viu tocado pela luz da fé e rogou para que Defresse
o convertesse. Depois, foi batizado e enviado ao Seminário de onde saiu
ordenado sacerdote diocesano. Quando foi reconhecido como cristão, ele também
sofreu terríveis suplícios carnais antes de morrer decapitado, em 1815.
Entretanto, jamais renegou sua fé em Cristo. No início de 1900 ocorreu a
revolução comunista chinesa, provocada por motivos políticos reprimidos há
anos, com novas ondas de perseguições aos cristãos. Porém, o motivo foi
exclusivamente religioso, como comprovaram os documentos históricos. Desde
então uma sangrenta exterminação aconteceu matando um número infindável de
catequistas leigos, chineses convertidos, sacerdotes chineses e igrejas. Todos
os nomes não puderam ser localizados, porque a destruição e os incêndios
continuaram ao longo do novo regime político chinês. A última execução em massa
de cristãos na China, que se tem notícia, foi em 25 de fevereiro de 1930. No
ano do Jubileu de 2000, Papa João Paulo II proclamou Beatos, Agostinho Zhao
Rong e 119 Companheiros Mártires da China. Eles passarão a ser venerados e
homenageados no dia 09 de julho, pois constituem um exemplo de coragem e de
coerência para todos cristãos do mundo.
Santa Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus
Amábile Lúcia Visintainer, nasceu no dia 16 de dezembro de
1865, em Vigolo Vattaro, província de Trento, no norte da Itália. Era a segunda
filha do casal Napoleão e Anna, que eram ótimos cristãos, mas muito pobres. Nessa
época começava a emigração dos italianos, movida pela doença e carestia que
assolava a região. Foi o caso da família de Amábile que em setembro de 1875
escolheram o Brasil e o local onde muitos outros trentinos já haviam se
estabelecido no Estado de Santa Catarina, em Nova Trento, na pequena localidade
de Vígolo. Assim que chegou Amábile conheceu Virgínia Rosa Nicolodi e se tornam
grandes amigas. As duas se confessam apaixonadas pelo Senhor Jesus e não era
raro encontrá-las, juntas, rezando fervorosamente. Fizeram a Primeira Comunhão
no mesmo dia, quando Amábile já tinha completado doze anos de idade. Logo em
seguida o padre Servanzi a iniciou no apostolado paroquial, encarregando-a da
catequese das crianças, da assistência aos doentes e da limpeza da capela de
seu vilarejo, Vigolo, dedicada a São Jorge. Mas mal sabia o padre que estaria
confirmando a vocação da jovem Amábile para o serviço do Senhor. Amábile,
incluía sempre Virgínia, nas atividades para ampliar o campo de ação.
Dedicava-se de corpo e alma à caridade, servia consolando e ajudando os
necessitados, os idosos, os abandonados, os doentes e as crianças. As obras já
eram reconhecidas e notadas por todos e embora não soubesse que já se
consagrava a Deus. Com a permissão de seu pai, Amábile construiu um pequeno
casebre, num terreno doado por um barão, próximo à capela, para aí rezar,
cuidar dos doentes, instruir as crianças. A primeira paciente foi uma mulher
portadora de câncer terminal, a qual não tinha quem lhe cuidasse. Era o dia 12
de julho de 1890, data considerada como o dia da fundação da Congregação das
Irmãzinhas da Imaculada Conceição, que iniciou com Amábile e Virgínia, atuando
como enfermeiras. Esta também foi a primeira congregação religiosa feminina
fundada em solo brasileiro e foi aprovada pelo Bispo de Curitiba, em agosto
1895. Quatro meses depois Amábile, Virgínia e Teresa Anna Maule outra jovem que
se juntou à elas, fizeram os votos religiosos; e Amábile recebeu o nome de Irmã
Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Também foi nomeada Superiora, passando
a ser chamada de Madre Paulina. A santidade e a vida apostólica de Madre
Paulina e de suas Irmãzinhas atraíram muitas vocações, apesar da pobreza e das
dificuldades em que viviam. Além do cuidado dos doentes, das crianças órfãs,
dos trabalhos da paróquia, trabalhavam também na pequena indústria da seda para
poder sobreviverem. Em 1903, com o reconhecimento de sua obra Madre Paulina foi
convidada a se transferir para São Paulo. Fixando-se junto à uma capela no
Bairro do Ipiranga, iniciou a obra da "Sagrada Família" para abrigar
os ex-escravos e seus filhos depois da abolição da escravidão em 1888. Em 1918,
Madre Paulina foi chamada à Casa Geral em São Paulo, com o reconhecimento de
suas virtudes, para servir de exemplo às jovens vocações da sua congregação.
Neste período destacou-se pela oração constante e pela caridosa e contínua
assistência às Irmãzinhas doentes. Em 1938, acometida pelo diabetes, iniciava
um período de grande sofrimento, iniciando com a amputação do braço direito, até
a cegueira total. Madre Paulina morreu serenamente no dia 09 de julho de 1942,
na Casa Geral de sua congregação, em São Paulo. Ela foi beatificada pelo Papa
João Paulo II em 1991, quando visitou oficialmente o Brasil. Depois o mesmo
pontífice a canonizou em 2002, assim, Madre Paulina do Coração Agonizante de
Jesus se tornou a primeira Santa do Brasil.
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