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S. Bento
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Olga de Kiev
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Hoje comemoramos São Bento, nascido em Nórsia, na Úmbria, por
volta do ano 480. Homem amante das coisas concretas e claras, Bento resumia sua
Regra num lema eficaz: Ora e trabalha, restituindo à ascese cristã o caráter de
contemplação e ação, conforme o espírito e a letra do Evangelho. Após concluir
seus estudos em Roma, retirou-se para o monte Subíaco e se entregou à oração e
à penitência. Ele é o fundador do importantíssimo mosteiro do Monte Cassino,
onde escreveu ali sua famosa Regra como o verdadeiro monge devia ser assim se lê no segundo capítulo da Regra:
"Não soberbo, não violento, não comilão, não dorminhoco, não preguiçoso,
não murmurador, não detrator... mas casto, manso, zeloso, humilde,
obediente". Depois de meditações e penitências, teve breve estada entre os
monges de Vicovaro, que o elegeram pior e depois tentaram desfazer-se dele,
envenenando-lhe a bebida, pois estavam descontentes com a disciplina que lhes
havia imposto. Com um grupo de jovens, emigrou para Nápoles, escolhendo sua
morada no sopé da Montanha de Cassino, onde edificou o primeiro mosteiro,
fechado dos quatro lados, como uma fortaleza e aberto à luz do alto como uma
grande vasilha que recebe do céu a benéfica seiva para depois despejá-la no
mundo. O emblema monástico, a cruz e o arado tornou-se a expressão deste novo
modo de conceber a ascese cristã - oração e trabalho para edificar espiritual e materialmente a
nova sociedade, sobre as ruínas do mundo romano. São Bento morreu no dia 21 de
março do ano 547. Duzentos anos após a sua morte, a Regra beneditina havia
espalhado pela Europa inteira, tornando-se forma de vida monástica durante toda
a Idade Média. Em 1964, o Papa Paulo VI, declarava São Bento padroeiro principal
da Europa, tributando desse modo justo reconhecimento ao santo a quem a
civilização européia deve muito. Oremos: A Cruz Sagrada seja minha luz, Não
seja o dragão o meu guia, retira-te satanás. Nunca me aconselhes coisas vãs, e
mau que tu me ofereces, bebe tu mesmo os teus venenos.
Santa Olga de Kiev
Olga, a primeira Santa russa inserida no Calendário católico
bizantino, é considerada o elo entre a época pagã e a cristã, na história das
populações eslavas. As fontes que a citam são numerosas e todas de relevância
histórica. Delas aprendemos que Olga nasceu em 890 na aldeia Vybut, próxima de
Pskov, e do rio Velika, Rússia. Era uma belíssima jovem típica daquela região.
Em 903, quando o príncipe Igor a avistou logo quis se casar com ela, apesar de
sua pouca idade. Na realidade Olga era filha do chefe dos Variagi, uma tribo
normanda de origem escandinava, responsável por vários pontos estratégicos,
pois se dedicavam à exploração do transporte e do comércio. O seu casamento foi
um símbolo concreto da fusão do povo russo com aquele variago, que ao final do
século IX começava a viver sob a influência do Cristianismo. Em 945 o príncipe
Igor, marido de Olga, foi assassinado e ela com um temperamento correto, mas
violento, se vingou com firmeza. Mandou matar muitos chefes inimigos e para os
sobreviventes, impôs tributos e taxas de todos os tipos. Tornou-se a regente
para o filho Esviatoslav de três anos de idade, governando Kiev com esperteza
política e colocando o principado numa excelente condição financeira. Amada
pelo povo que a reconhecia como justa e misericordiosa, mas também severa e
inflexível. Educou o filho corretamente, mas não teve a felicidade de vê-lo se
converter ao Cristianismo como ela tinha feito. Esta satisfação desfrutou de
seu neto Vladimir que além de se tornar cristão e batizado, depois veio a ser o
"batizador da Rússia", "novo apóstolo" e Santo da Igreja. Olga
tentou estreitar os laços com o sólido Império de Bizâncio, através do
casamento de seu filho com uma princesa de lá. Em 957 viajou para
Constantinopla, mas não obteve bons resultados, para desilusão dos cristãos e
satisfação dos pagãos. Por isto, os cristãos buscavam apoio no imperador Otto I
da Saxônia, que era católico. Em 959 eles lhe pediram que enviasse um Bispo
para a Rússia, o qual ficou só três anos, pois foi expulso devido à revolta dos
pagãos. Olga rezava dia e noite pela conversão do filho e para o bem dos
súditos. Ao terminar a regência, segundo as leis da época, se retirou para suas
atividades privadas, dando continuidade às obras de seu apostolado e de
missionária. Construiu algumas igrejas, inclusive a de madeira dedicada à Santa
Sofia, em Kiev. Viveu piamente e morreu com quase oitenta anos em 11 de julho
de 969. Dela escreveu seu biógrafo: "antes do Batismo, a sua vida foi
manchada por fraquezas e pecados, ela, mesmo assim se tornou Santa, certamente
não pelo seu próprio merecimento, mas por um plano especial de Deus para o povo
russo". A veneração por Santa Olga começou durante o governo do seu neto
Vladimir, que, em 996 mandou transferir as relíquias da avó para a igreja que
mandara construir especialmente para recebe-las. O seu culto foi confirmado
pela Igreja no Concílio Russo de 1574, mantendo a festa litúrgica no mesmo dia
que ocorreu seu trânsito.
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