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S. Camilo de Léllis
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Santa Catarina Tekakwitha |
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Santo Francisco Solano |
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Santo Vladimir de Kiev |
S. Camilo de Léllis
São Camilo de Léllis, nasceu em Bucchiánico de Chieti, seu
pai era marquês, homem de armas e herdou do pai a coragem e a espada. Sempre
ficava internado no hospital de São Thiago em Roma, buscando tratamento para um
tumor, pagava a diária do hospital trabalhando de servente, pois o vício do
jogo fê-lo perder todo o dinheiro que tinha. Colocou-se então a serviço dos capuchinhos
e nesse período teve a graça da conversão e decidiu mudar de vida. Ficou então
como ajudante no hospital, servindo principalmente aos doentes mais
repugnantes, ausentando-se apenas nos domingos de folga, que passava ao lado de
São Felipe Néri, pelo qual foi influenciado na determinação da obra que estava
para empreender. No final do ano Santo de 1575, quando os poucos hospitais
romanos mostravam-se insuficientes para atender todos os peregrinos
necessitados de assistência que São Camilo de Léllis fundou a Congregação dos
Ministros, ou seja, servidores dos enfermos que deveriam cuidar espiritualmente
e corporalmente dos doentes. Passado dois anos, São Camilo foi ordenado
sacerdote e continuou dirigindo por vinte anos seus religiosos. Sua dedicação aos
doentes era tanta, que sempre repetia quando alguém queria tirá-lo do leito dos
enfermos: "estou ocupado com nosso Senhor Jesus Cristo." Seu exemplo
é uma inspiração para nós no cuidado dos doentes e sofredores, num mundo cada
vez mais tecnicizado e sem alma. Ficou célebre seu grito, junto aos
profissionais da saúde de então, e que não perdeu sua atualidade após quase 4
séculos: " mais coração nas mãos, irmão". Ou seja, a competência
profissional (mãos) tem que estar junto com a competência humana (coração). O
amor busca a técnica e a ciência para melhor servir. Isto é humanizar! Para São
Camilo o cuidado tem como medida a sensibilidade feminina quando diz:
"Desejamos, com a graça de Deus, servir a todos os enfermos com aquele
amor que uma mãe amorosa cuida de único filho enfermo". O coração é o
símbolo da sensibilidade e do amor humano. O coração de São Camilo que foi
extraído do seu corpo na noite de sua passagem desta vida para a vida eterna
(14 de julho de 1614) está preservado como relíquia, na Casa Geral dos
Camilianos em Roma, no quarto em que São Camilo morreu e que posteriormente foi
transformado num pequeno oratório. Foi canonizado em 1746, em 1886 foi
declarado patrono dos enfermos e dos hospitais.
Santa Catarina Tekakwitha
Kateri Tekakwitha, para nós Catarina, foi a primeira
americana pele-vermelha a ter sua santidade reconhecida pela Igreja. Ela nasceu
no ano de 1656, perto da cidade de Port Orange, no Canadá. Seu pai era o chefe
indígena da nação Mohawks, um pagão. Enquanto sua mãe era uma índia cristã,
catequizada pelos jesuítas, que fôra raptada e levada para outra tribo, onde
teve de se unir à este chefe. Não pôde batizar a filha com nome da santa de sua
devoção, mas era só por ele que a chamava: Catarina. O costume indígena
determina que o chefe escolha o nome de todas as crianças de sua nação. Por
isto, seu pai, escolheu Tekakwitha, que significa "aquela que coloca as
coisas nos lugares", mostrando que ambas, consideradas estrangeiras,
haviam sido totalmente aceitas por seu povo. Viveu com os pais até os quatro
anos, quando ficou órfã. Nesta ocasião, sobreviveu a uma epidemia de varíola,
porém ficou parcialmente cega, com o rosto desfigurado pelas marcas da doença e
a saúde enfraquecida por toda a vida. O novo chefe, que era seu tio, a acolheu
e ela passou a ajudar a tia no cuidado da casa. Nesta residência pagã, sofreu
pressões e foi muito maltratada. Catarina, que havia sido catequizada pela mãe,
amava Jesus e obedecia a moral cristã e rezava regularmente. Era vista contando
as histórias de Jesus para as crianças e os idosos, que ficavam ao seu lado
enquanto tecia, trabalho que executava apesar da pouca visão. Em 1675 soube que
jesuítas estavam na região. Desejando ser batizada, foi ao encontro deles.
Recebeu o Sacramento um ano depois, e o nome de Catarina Tekakwitha. Devido a
sua fé era hostilizada, porque rejeitava as propostas de casamentos. Por este
motivo, seu tio cada vez mais a ameaçava, com uma união. Quando a situação
ficou insustentável, ela fugiu. Procurou a Missão dos jesuítas de São Francisco
Xavier, em Sault, perto de Montreal, onde foi acolhida e recebeu a Primeira
Comunhão, dando um exemplo de extraordinária piedade. Sempre discreta, se
recolhia por longos períodos na floresta, onde, junto à uma cruz que ela havia
traçado na casca de uma árvore, ficava em oração. Sem, entretanto, se descuidar
das funções religiosas, do serviço da comunidade e da família que a hospedava.
Em 1679, fez voto perpétuo de castidade, expressando o desejo de fundar um
convento só para moças indígenas, mas seu guia espiritual não permitiu, em
razão da sua delicada saúde. Aos vinte e quatro anos, ela morreu no dia 17 de
abril de 1680. Momentos antes de morrer, o seu rosto desfigurado, se tornou
bonito e sem marcas, presenciado pelos jesuítas e algumas pessoas que a
assistiam. O milagre e a fama de suas virtudes se espalhou rapidamente e
possibilitou a conversão de muitos irmãos de sua raça. Catarina que amou, viveu
e conservou o seu cristianismo, só com a ajuda da Graça, por muitos anos, se
tornou conhecida em todas as nações indígenas como "o lírio dos
Mohawks", que intercedia por seus pedidos de graças. A sua existência
curta e pura, como esta flor, conseguiu o que havia almejado: que as nações
indígenas dos Estados Unidos e do Canadá conhecessem e vivessem a Paixão de
Jesus Cristo. O papa João Paulo II a nomeou padroeira da 17ª Jornada Mundial da
Juventude realizada no Canadá em 2002, quando a beatificou. Ao lado de São
Francisco de Assis, a Beata Caterina Takakwitha foi honrada pela Igreja com o
título de "padroeira da ecologia e do meio ambiente". Sua festa
ocorre no dia 14 de julho.
Santo Francisco Solano
Francisco era descendente de nobres, nasceu no dia 10 de
março de 1549, em Montilla, na Andaluzia. Os pais, Mateus Sanches Solano e Ana
Gimenez, cristãos fervorosos, muito cedo o enviou para o colégio dos jesuítas,
que formariam seu caráter. Aos vinte anos, por inspiração e dons ordenou-se
franciscano. A sua conduta exemplar logo o levou à cargos importantes dentro da
Ordem, os quais logo abandonava. O que mais ansiava era ser um missionário.
Mesmo não tendo uma retórica eloqüente, arrebatava seus ouvintes pela convicção
na fé que professava. Contudo teve de adiar por uns tempos a execução de seus
planos de viajar, porque precisou socorrer sua própria pátria. Uma devastadora
peste atacou a Espanha e ele logo pediu para ser aceito como enfermeiro.
Tratando dos doentes, principalmente dos mais pobres, acabou contraindo a
doença. Mas isso não o abateu. Assim que se recuperou voltou à cuidar deles. Enfim,
Francisco foi escalado para uma missão evangelizadora no novo continente
latino-americano, embarcando em 1589. No caminho, já começaram a despontar os
dons que marcariam toda sua existência. Os relatos informam que uma violenta
tempestade atingiu o seu navio, que encalhou num banco de areia. A situação era
muito crítica e poderia ser fatal para todos. Porém, com sua presença e palavra
de fé acalmou as pessoas. Em vez de pânico, o que se viu foi brotar a confiança
em Deus. Com isto, acabou batizando muitos passageiros e também os escravos
negros que viajavam com eles. Logo depois, o que Francisco dissera aconteceu.
Um outro navio os avistou e a salvo chegaram ao destino: Lima, no Peru. Foram
quinze anos de apostolado incansável, marcados pela caridade cristã e pela
pregação da Palavra de Cristo. Francisco protagonizou vários acontecimentos que
marcariam não só sua história, como a da própria Igreja. Tinha uma capacidade
milagrosa para aprender as novas línguas e a cada tribo catequizava em seu
próprio dialeto, conquistando os índios de maneira simples e tranqüila. Além
disso, curou muitos doentes, apenas com o toque de seu cordão de franciscano.
Livrou totalmente uma vasta região da praga dos gafanhotos. E fez brotar água
num lugar seco e deserto, onde muitos doentes se curaram apenas por bebê-la,
hoje conhecida como: "fonte de São Francisco Solano". Enfim,
percorreu os três mil quilômetros entre Lima e Tucumán, às margens do rio da
Prata na Argentina, deixando um rastro de pagãos convertidos e feitos
fantásticos. Mesmo viajando sem cessar, de missão em missão, como catequista,
jamais abandonou a caridade e o cuidado com os doentes, características típicas
de um frade. Passou os últimos cinco anos de sua vida em Lima, reformando os
conventos de sua Ordem e restaurando a disciplina franciscana que fora perdida.
Aos sessenta e quatro anos, pela graça de seus dons, conheceu com antecedência
a hora de sua morte. Preparou-se, assim, para sua chegada em 14 de julho de
1631. Ele foi canonizado em 1726, pelo Papa Bento XIII. São Francisco Solano,
também chamado de Apóstolo do Peru e Argentina, venerado como padroeiro dos
missionários da América Latina, é festejado no dia de sua morte.
Santo Vladimir de Kiev
No final do século IX o povo russo começava a viver sob a
influência do Cristianismo, depois da conversão da princesa e futura Santa Olga
de Kiev. Em 945 o príncipe Igor, marido de Olga, foi assassinado e ela assumiu
o trono como regente de Kiev, para o filho Esviatoslav de três anos. Ela havia
se tornado cristã, educando os filhos dentro da religião, mas não conseguiu que
eles se convertessem. Assim quando o filho Esviatoslav assumiu o trono, o povo
continuou vivendo no paganismo. Teve muitas esposas e concubinas, e muitos
filhos legítimos e ilegítimos, todos pagãos. A religião cristã, em respeito a
sua mãe, era apenas tolerada. Seu filho Vladimir era o neto de Olga. Ele nasceu
no ano de 963, recebendo a educação pagã adequada para conduzir uma nação. Com
a morte do pai em 972, o príncipe Vladimir hábil e audacioso começou a governar
as terras que herdara, em 980. Guerreou contra o irmão que estava Kiev e o
venceu, assumindo sozinho o trono do grão ducado russo. Conquistou a Galícia,
apaziguou uns e lutou contra outros povos estendendo os limites do seu domínio
desde o mar Báltico até o Rio Bug. Tinha cinco esposas e muitas concubinas. Nas
montanhas de Kiev ele ergueu templos pagãos nos quais oferecia os sacrifícios
humanos aos ídolos, geralmente os líderes dos povos que derrotava. Nessa época
no solo russo morreram alguns mártires por Cristo. Dentre eles estavam dois
chefes variagis: Teodoro e João, parentes de sua avó Olga. As circunstâncias
dessas mortes e a firmeza no testemunho da fé de ambos tocaram e impressionaram
Vladimir, que começou a se interessar pelo cristianismo. A mudança ocorreu de
forma rápida, mas gradual. Primeiro ordenou aos sábios da corte que viajassem à
diversos países para verificarem qual era a religião verdadeira. Em seguida
chamou religiosos dos diversos países muçulmanos, judeus, budistas e cristãos.
O próprio Vladimir questionou todos eles, ouvindo atento suas pregações. O que
mais o impressionou foi o grego que pregou o Evangelho de Cristo. Os sábios
voltaram tocados pela graça, com toda a manifestação de fé em Cristo que viram
em Constantinopla, no templo de Sofia. Então eles disseram a Vladimir: "Se
a religião de Cristo não fosse a verdadeira, então sua avó Olga, que era sábia
não a teria aceitado". Vladimir começou a estudar o Evangelho e foi
batizado em 989. Logo em seguida recebeu o sacramento do matrimonio com a
princesa Ana, filha de Basílio de Constantinopla. Desde então chegavam cada vez
mais sacerdotes missionários que percorriam seus domínios catequizando o povo e
ministrando o batismo. O cristianismo se consolidou ainda mais, quando se casou
com a piedosa neta do imperador da Germânia, após o falecimento da princesa
Ana. O príncipe Vladimir de Kiev passou para a História da Igreja como o grande
cristianizador da Rússia. Depois de batizado destruiu todos os ídolos e templos
pagãos, construindo nos lugares: igrejas e mosteiros, todos abastecidos com os
objetos da liturgia. Tornou-se um pai caridoso e piedoso, sendo chamado "o
santo", pelos súditos ricos e pobres. Verdadeiro cristão respeitou e amou
seu povo, sendo fiel a Jesus e a Igreja até a morte, em 15 de julho de 1015.
Essa data a Igreja manteve para celebrar Santo Vladimir de Kiev, elevado aos
altares pelo povo, cujo culto foi confirmado depois por Roma.
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