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São Félix de Valois
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Santo Edmundo
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São Félix de Valois
Nascido em Paris em 1127, Félix era um príncipe da casa real
de Valois da França. Tinha à sua disposição todas as regalias da Corte, mas
possuía alma caridosa e despojada de vaidades. Desde a infância demonstrou sua
vocação para o sacerdócio, pela precoce preocupação e cuidado que dispensava
aos pobres e necessitados. Possuidor de grande fortuna pessoal, dava aos pobres
tudo o que podia e com freqüência se privava, também, do próprio alimento para
socorrê-los. Na juventude, tomou a decisão de seguir o chamado de Cristo.
Completou os estudos, recebeu a ordenação sacerdotal e renunciou a todos os
direitos dos títulos de nobreza e às riquezas terrenas. Escolheu ser um monge
eremita, pois ansiava a vida solitária e humilde, dedicado somente à religião.
Contudo, não conseguiu ficar sozinho por muito tempo. Deus tinha outros planos
para ele. Foi procurado pelo amigo João da Mata, doutor e sacerdote, que queria
seguir o seu modo de viver a espiritualidade. Félix, que lhe conhecia a cultura
e inteligência, aceitou-o como companheiro e não como discípulo. Foram três
anos de aprendizado recíproco, onde se uniram a santidade de Félix e a
inteligência e praticidade de João da Mata. Aqueles eram os tempos das
incursões dos piratas que aterrorizavam o mar Mediterrâneo, assaltando navios e
a Europa, atacando e invadindo as cidades portuárias. Eram turcos muçulmanos,
que se consideravam verdadeiros inimigos do cristianismo, por isso matavam,
saqueavam e também prendiam os cristãos sobreviventes para que servissem como
escravos. Certo dia, Félix e João estavam caçando nos bosques de Cerfroi, onde
estavam retirados, quando tiveram a mesma visão divina. Nela, Deus os chamava
para lutar pela libertação dos cristãos que sofriam como escravos nas mãos dos
muçulmanos através da fundação de uma Ordem religiosa com tal finalidade. Sem
temer o perigo que a missão acarretaria, Félix e João iniciaram a Obra
imediatamente. Foram para Roma exclusivamente para narrar ao papa Inocêncio III
a visão e pedir autorização para criar a Ordem. O papa, que, segundo consta,
também tivera aquela visão, reconheceu os dois como os sacerdotes indicados
pela Providência Divina. Assim, aprovou e apoiou a criação da Ordem da Santíssima
Trindade para a Libertação dos Cristãos, ou "Padres Trinitários". O
primeiro convento foi erguido em Cerfroi, local da visão original. Enquanto
João cuidava da organização da Ordem e de suas atividades apostólicas, Félix
trabalhava na formação espiritual dos membros, cujo número crescia sempre mais,
atraídos pela santidade de Félix. A luta foi árdua e dura, mas em pouco tempo
recuperaram a liberdade e a condição social de muitos cristãos escravizados. Os
padres chegavam a entregar-se como escravos para realizar plenamente o trabalho
de resgate. Desse modo, cumpria-se a profecia de outra visão de Félix: a de que
os padres da Ordem passariam por vexames, perseguições e maus-tratos para
obtenção da liberdade e dignidade de cada um dos cristãos então escravizados.
Morreu no ano 1212, na Casa-mãe da Ordem, o primeiro convento fundado por ele,
em Cerfroi. Beatificado em 1666, teve seu culto confirmado para toda a Igreja
no final do século XVII. A celebração da memória de são Félix de Valois ocorre
no dia 20 de novembro, data que seria a da sua morte.
Santo Edmundo
Edmundo é um santo mais vivo na memória do povo da Inglaterra
do que nos documentos históricos. Mesmo porque os registros trazem dados sobre
o seu reinado e sua morte, enquanto sobre sua origem poucas são as informações.
Sabemos apenas que Edmundo era cristão, filho do rei Alkmund, da Saxônia, que,
posteriormente, teria sido adotado pelo rei das regiões da Inglaterra oriental,
a Estanglia. Aos quatorze anos de idade, tornou-se o último rei daquele território.
Era um tempo duríssimo para toda a Inglaterra, agredida, constantemente, pelos
sanguinários bárbaros dinamarqueses que invadiam a saqueavam seus vilarejos.
Esses bárbaros eram comandados por três irmãos: Halfdene, Ivarr e Ubba. Em suas
investidas, além de saquear os povoados, exigiam um resgate para não destruírem
as vilas. No ano de 869, os dinamarqueses irromperam uma grande invasão nos
domínios do rei Edmundo. Para defender seu povo e o reino, ele reuniu seu
pequeno exército e combateu os invasores, mais equipados e em maior número.
Desse modo, ele acabou como prisioneiro de seus opositores. Os dinamarqueses
ofereceram ao rei Edmundo a possibilidade de manter sua vida e a coroa caso
renegasse a fé e se proclamasse vassalo. O rei rejeitou a proposta por duas
vezes. Dessa maneira, selou seu destino. Morreu traspassado pelas flechas dos
bárbaros pagãos no dia 20 de novembro de 870. O desaparecimento do rei Edmundo
levou ao fim o reino da Estanglia. Mas a Inglaterra se fortaleceu sob seu nome,
e o jovem rei morto tornou-se uma bandeira. Antes do final do século IX, as
moedas cunhadas durante o seu reinado já eram chamadas "penny of
Edmund". A sua veneração tornou-se o culto de maior devoção do povo
inglês. Foi canonizado e proclamado padroeiro da Inglaterra, recebendo as
homenagens dos devotos no dia de sua morte. As relíquias mortais de santo
Edmundo foram sepultadas em Beadoricesworth, que hoje se chama Bury St. Edmund,
na região de Cambridge. Atualmente, existe uma congregação de sacerdotes
ingleses chamados Padres de Santo Edmundo.
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