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S.Luís M. Grignion de Montfort
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São Pedro Chanel |
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Santo Agapito I |
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Santa Joana (Gianna) Baretta Molla
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São Luís Maria Grignion de Montfort
Luís Maria Grignion nasceu em Montfort, França, em 1673.
Descendente de uma família cristã bem situada, recebeu uma excelente instrução
e educação. Ainda menino, decidiu seguir o caminho da fé e vestiu o hábito de
sacerdote em 1700. Seu maior desejo era ser um missionário no Canadá, mas
acabou sendo enviado a Poitiers, ali mesmo na França. Logo ficou famoso devido
à sua preparação doutrinal e o discurso fácil e atraente. Todos queriam ouvir
suas palavras, mas sua caridade era outra: cuidar de pacientes com doenças
repugnantes. A idéia de ser missionário não o abandonava. Mesmo contrariando seu
superior, foi pedir permissão diretamente ao papa. Para tanto, fez uma viagem a
pé, ida e volta, de Poitiers a Roma. Entretanto, o papa Clemente XI disse-lhe
que havia urgência, naquele momento, em pregar aos franceses, que viviam sob o
conflito entre Roma e a doutrina jansenista, uma nova heresia. Luís Maria
obedeceu e passou a pregar nas cidades e no meio rural e, quando necessário,
confrontava os doutores jansenistas com discurso igualmente douto, munido de
sua autoridade teológica. Ainda assim, sua linguagem era extremamente acessível
aos mais humildes, adaptado ao seu cotidiano, à sensibilidade popular,
combinada com o exemplo de uma conduta coerente e cristã. Usava de um discurso
fraterno, convidando o povo a adorar e confiar num Jesus amigo, em vez de
temê-lo como um rígido juiz. Outra característica muito importante de sua
pregação era a devoção extremada a Maria Santíssima. Embora a Igreja daquele
tempo estivesse questionando certos aspectos do culto mariano, ele pregava a
veneração sem excessos, firme e constante a Maria, a Mãe de Deus. Por meio dela
é que Jesus fez o seu primeiro milagre nas bodas de Caná. Esse argumento, de
fato, sempre esteve muito presente em todos os seus escritos e exortações, como
o tratado da "Verdadeira devoção à Santa Virgem", e todos eles
relacionados com a prática do Rosário. Seus textos foram publicados em 1842 e
tornaram-se os fundamentos da piedade mariana. Em meados de 1712, Luís Maria de
Montfort elaborou as Regras e fundou uma nova ordem masculina: a dos Missionários
da Companhia de Maria. Esses religiosos, chamados habitualmente de
montfortianos, estenderam, aos poucos, as suas atividades pela Europa, América
e África. Contudo seu fundador acompanhou apenas o seu início, porque morreu no
dia 28 de abril de 1716, poucos anos depois de sua aprovação. Em 1947, o papa
Pio XII proclamou-o santo.
São Pedro Chanel
Pedro nasceu no dia 12 de julho de 1803, na pequena Cuet,
França. Levado pelas mãos do zeloso pároco, iniciou os estudos no seminário
local e, em 1824, foi para o de Bourg, onde três anos depois se ordenou
sacerdote. Desde jovem, queria ser missionário evangelizador, mas primeiro teve
de trabalhar como pároco de Amberieu e Gex, pois havia carência de padres em
sua pátria. Juntou-se a outros padres que tinham a mesma vocação e trabalhavam
sob uma nova congregação, a dos maristas, dos quais foi um dos primeiros
membros, e logo conseguiu embarcar para a Oceania, em 1827, na companhia de um
irmão leigo, Nicézio. Foi um trabalho lento e paciente. Os costumes eram muito diferentes,
a cultura tão antagônica à do Ocidente, que primeiro ele teve de entender o
povo para depois pregar a palavra de Cristo. Porém, assim que iniciou a
evangelização, muitos jovens passaram a procurá-lo. O trabalho foi se
expandindo e, logo, grande parte da população havia se convertido. Ao perceber
que vários membros de sua família haviam aderido ao cristianismo, Musumuso, o
genro do cacique, matou Pedro Chanel a bordoadas de tacape. Era o dia 28 de
abril de 1841. Foi o fim da vida terrestre para o marista, entretanto a semente
que plantara, Musumuso não poderia matar. Quando o missionário Pedro Chanel
desembarcou na minúscula ilha de Futuna, um fragmento das ilhas Fiji entre o
Equador e o Trópico de Capricórnio, não se pode dizer que o lugar fosse um
paraíso. A pequena ilha é dividida em duas por uma montanha central, e cada
lado era habitado por uma tribo, que vivia em guerra permanente, uma contra a
outra. Hoje o local é, sim, um paraíso para os milhares de turistas que a
visitam anualmente e para a população, que é totalmente católica e vive na paz
no Senhor. E se hoje é assim, muito se deve à semente plantada pelo trabalho de
Pedro Chanel, que por esse ideal deu seu testemunho de fé. O novo mártir
cristão foi beatificado em 1889 e inscrito no Martirológio Romano em 1954,
sendo declarado padroeiro da Oceania.
Santo Agapito I
O bispo eleito para suceder o pontífice João II, na cidade de
Roma, foi Agapito I, que se consagrou no dia 13 de maio de 535. O seu
pontificado durou apenas onze meses e dezoito dias. Nesse tão curto período do
seu governo, o papa Agapito I elevou as finanças da Igreja; tomou decisões
doutrinais importantes para a correta compreensão dos fundamentos do
cristianismo e lutou com energia pela defesa da fé e dos bons costumes. Ele mandou
queimar as bulas de Bonifácio II, condenatórias das doutrinas de Dióscoro, e
negou aos hereges re-convertidos que conservassem seus cargos e benefícios,
como pretendia o imperador Justiniano. Enfim, foi um papa zeloso e defensor da
tradição católica. Também proibiu que os bispos das Gálias, atuais França e
Espanha, vendessem os bens de suas igrejas, até mesmo em caso de extrema
necessidade. Excomungou Antimo, o patriarca de Constantinopla, que havia
alcançado o patriarcado graças às intrigas da imperatriz Teodora, e nomeou em
seu lugar Mena, um bispo católico, homem de fé e saber. Como revelou o próprio
papa Agapito I, numa carta a Pedro, bispo de Jerusalém; era a primeira vez,
desde os tempos apostólicos, que uma Igreja Oriental recebia como patriarca um
bispo consagrado pelo papa. Fundou, em Roma, uma academia de Belas Letras e
várias escolas para adultos e crianças pobres, e distinguiu-se por sua
inesgotável caridade. Por fim, o papa Agapito I viajou para Constantinopla,
capital do Império Romano do Oriente, na qualidade de embaixador do rei, na
esperança, logo tornada desilusão, de fazer cessar a desastrosa guerra
greco-gótica da Itália, estourada em 535. Porém quase foi condenado ao exílio
pelo imperador Justiniano, decidindo voltar para Roma. Ocorreu, entretanto, que
o papa Agapito I foi acometido por uma grave enfermidade, morrendo logo em
seguida, no dia 22 de abril de 536. Seu funeral foi tal como nunca se vira em
Constantinopla, tanto para um bispo quanto para um imperador. O corpo de santo
Agapito I, papa e confessor, foi transladado para o Vaticano e enterrado no dia
17 de setembro do mesmo ano, no pátio da catedral de São Pedro, em Roma. A
santidade do papa Agapito I sempre foi muito lembrada pelos escritos de são
Gregório Magno. Ele que é reverenciado pela Igreja no dia 28 de abril, como
consta do Martirológio Romano.
Santa Joana (Gianna) Baretta Molla
Na família italiana dos Baretta de Milão, os treze filhos
foram reduzidos a oito pela epidemia da gripe espanhola e por duas mortes
ocorridas na primeira infância. Desses oito, saíram uma pianista, dois
engenheiros, quatro médicos e uma farmacêutica. Um dos engenheiros, José,
depois se fez sacerdote, e dois médicos fizeram-se religiosos missionários:
madre Virgínia e padre Alberto. Gianna Baretta, para nós Joana, a penúltima dos
oito, nasceu no dia 4 de outubro de 1922 na cidade de Magenta, onde cresceu e
se formou médica cirurgiã, com especialização em pediatria, concluída 1952.
Porém preferiu exercer clínica geral, atendendo especialmente os velhos
abandonados e carentes. Para ela, tudo era dever, tudo era sagrado: "Quem
toca o corpo de um paciente, toca o corpo de Cristo", dizia. Em 1955, ela
se casa com Pedro Molla. O casal vive na tradição religiosa familiar: missa,
oração e eucaristia, inserida com harmonia na Modernidade. Joana ama esquiar na
neve, pintar e a música também. Ela freqüenta o teatro e os concertos com o
marido, importante diretor industrial, sempre muito ocupado. Residem em Magenta
mesmo, onde Joana participa ativamente também da vida local da Associação
Católica Feminina. Os retiros espirituais são momentos de forte interiorização
e ela é a verdadeira colaboradora dessas novidades felizes da comunidade
católica. Vive essa atribuição como sua missão de médica. Nascem os filhos: Pedro
Luiz , Maria Rita e Laura . No mês de setembro de 1961, no início da quarta
gravidez, é hospitalizada e então é descoberto um fibroma no útero. Diante da
gravidade, sempre mais evidente, do caso, a única perspectiva de sobreviver é
renunciar à gravidez, para não deixar órfãos os três filhos. Mas Joana possui
valores cristãos firmemente consolidados e coloca em primeiro lugar o direito à
vida. E assim decide, com o preço da sua vida, ter o bebê. Joana Emanuela nasce
e sua mãe ainda a segura nos braços antes de morrer, no dia 28 de abril de
1962. Uma morte que é uma mensagem iluminada do amor em Cristo. Após sua morte,
o marido lê as anotações pessoais de Joana que antecediam os retiros
espirituais, e descobre sua conexão indissolúvel com o amor, o sacrifício e a
fé inabalável. Ao proclamar santa Joana Baretta Molla, em 2004, o papa João
Paulo II quis exaltar, juntamente com seu heroísmo final, a sua existência
inteira, os ensinamentos de toda uma vida no seguimento de Jesus, exemplo para
os casais modernos. Joana Emanuela, a filha nascida do seu sacrifício, em
pronunciamento nessa ocasião, disse: "Sinto em mim a força e a coragem de
viver, sinto que a vida me sorri". Ela ainda disse que rende homenagem à
mãe "dedicando a minha vida à cura e assistência aos anciãos".
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