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São Pio V
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São José Benedito Cotolengo
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Antonio Miguel Ghislieri nasceu em 1504, em Bosco Marengo, na
província de Alexandria, e, aos quatorze anos, já ingressara na congregação dos
dominicanos. Depois que se ordenou sacerdote, sua carreira atravessou todas as
etapas de maneira surpreendente. Foi professor, prior de convento, superior
provincial, inquisidor em Como e Bérgamo, bispo de Sutri e Nepi, depois
cardeal, grande inquisidor, bispo de Mondovi e, finalmente, papa, em 1566,
tomando o nome de Pio V. A melhor definição para o seu governo é a palavra
incômodo, aliás, como é o governo de todos os grandes reformadores dos
costumes. Assim que assumiu, foi procurado, em Roma, por dezenas de parentes.
Não deu "emprego" a nenhum, afirmando, ainda, que um parente do papa,
se não estiver na miséria, "já está bastante rico". Dessa maneira,
acabou com o nepotismo na Igreja, um mal que até hoje afeta as comunidades no
âmbito político. Implantou, ainda, outras mudanças no campo pastoral, aprovadas
no Concílio de Trento: a obrigação de residência para os bispos, a clausura dos
religiosos, o celibato e a santidade de vida dos sacerdotes, as visitas
pastorais dos bispos, o incremento das missões e a censura das publicações,
para que não contivessem material doutrinário não aprovado pela Igreja. Depois
de conseguir a união dos países católicos, com a conseqüente vitória sobre os
turcos muçulmanos invasores, e de ter decretado a excomunhão e deposição da
própria rainha da Inglaterra, Elisabeth I, o furacão se extinguiu. Papa Pio V
morreu no dia primeiro de maio de 1572, sendo canonizado em 1712. Sua memória,
antes venerada em 5 de maio, a partir da reforma do calendário litúrgico,
passou a ser festejada nesta data, 30 de abril.
São José Benedito Cotolengo
José Benedito Cotolengo nasceu em Brá, na província de Cuneo,
no norte da Itália, no dia 3 de maio de 1786. Foi o mais velho dos doze filhos
de uma família cristã muito piedosa. Ele tinha apenas cinco anos quando sua mãe
o viu medindo os quartos da casa com uma vara, para saber quantos doentes
pobres caberiam neles. Dizia que, quando crescesse, queria encher sua casa com
esses necessitados, fazendo dela "seu hospital". O episódio foi um
gesto profético. Na cidade de Brá, ainda se conserva tal casa. Com dezessete
anos, ingressou no seminário e, aos vinte e cinco, se ordenou sacerdote na
diocese de Turim. Seu ministério foi marcado por uma profunda compaixão pelos
mais desprotegidos, esperando sempre a hora oportuna para concretizar os ideais
de sua vocação. Em 1837, padre José Benedito foi chamado para ministrar os
sacramentos a uma mulher grávida, vítima de doença fatal. Ela estava morrendo
e, mesmo assim, os hospitais não a internaram, alegando que não havia leitos
disponíveis para os pobres. Ele nada pôde fazer. Entretanto, depois de ela ter
morrido e ele ter confortado os familiares, o padre se retirou para rezar. Ao
terminar as orações, mandou tocar os sinos e avisou a todos os fiéis que era
chegada a hora de "ajudar a Providência Divina". Alugou uma casa e
conseguiu colocar nela leitos e remédios, onde passou a abrigar os doentes
marginalizados, trabalhando, ele mesmo, como enfermeiro e buscando recursos
para mantê-la, mas sem abandonar as funções de pároco. Era tão dedicado aos
seus fiéis a ponto de rezar uma missa às três horas da madrugada para que os
camponeses pudessem ir para seus campos de trabalho com a Palavra do Senhor
cravada em seus corações. Os políticos da cidade, incomodados com sua atuação,
conseguiram fechar a casa. Mas ele não desistiu. Fundou a Congregação religiosa
da Pequena Casa da Divina Providência e as Damas da Caridade ou Cotolenguinas,
com a finalidade de servir os pequeninos, os deficientes e os doentes. Os
fundos deveriam vir apenas das doações e da ajuda das pessoas simples. Padre
José Benedito Cotolengo tinha como lema "caridade e confiança": fazer
todo o bem possível e confiar sempre em Deus. Comprou uma hospedaria abandonada
na periferia da cidade e reabriu-a com o nome de "Pequena Casa da Divina
Providência". Diante do Santíssimo Sacramento, padre José Benedito e todos
os leigos e religiosos, que se uniram a ele nessa experiência de Deus, buscavam
forças para bem servir os doentes desamparados, pois, como ele mesmo dizia:
"Se soubesses quem são os pobres, vós os servirias de joelhos!".
Morreu de fadiga, no dia 30 de abril de 1842, com cinqüenta e seis anos. A
primeira casa passou a receber todos os tipos de renegados: portadores de
doenças contagiosas, físicas e psíquicas, em estado terminal ou não. Ainda hoje
abriga quase vinte mil pessoas, servidas por cerca de oitocentas irmãs
religiosas e voluntárias. A congregação pode ser encontrada nos cinco
continentes, e continua como a primeira: sem receber ajuda do Estado ou de
qualquer outra instituição. O padre José Benedito Cotolengo foi canonizado por
Pio XI em 1934, e sua festa litúrgica ocorre no dia 30 de abril.
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