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São José Operário
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São Peregrino Laziosi
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Basta traçar um paralelo entre a vida cheia de sacrifícios de
são José, que trabalhou a vida toda para ver Nosso Senhor Jesus Cristo dar a
vida pela humanidade, e a luta dos trabalhadores do mundo todo, pleiteando
respeito a seus direitos mínimos, para entender os motivos que levaram o papa
Pio XII a instituir a festa de "São José Trabalhador", em 1955, na
mesma data em que se comemora o dia do trabalho em quase todo o planeta. Foi no
dia 1o de maio de 1886, em Chicago, maior parque industrial dos
Estados Unidos na época, que os operários de uma fábrica se revoltaram com a
situação desumana a que eram submetidos e pelo total desrespeito à pessoa que
os patrões demonstravam. Eram trezentos e quarenta em greve e a polícia, a
serviço dos poderosos, massacrou-os sem piedade. Mais de cinqüenta ficaram
gravemente feridos e seis deles foram assassinados num confronto desigual. Em
homenagem a eles é que se consagrou este dia. São José é o modelo ideal do
operário. Sustentou sua família durante toda a vida com o trabalho de suas
próprias mãos, cumpriu sempre seus deveres para com a comunidade, ensinou ao
Filho de Deus a profissão de carpinteiro e, dessa maneira suada e laboriosa,
permitiu que as profecias se cumprissem e seu povo fosse salvo, assim como toda
a humanidade. Proclamando são José protetor dos trabalhadores, a Igreja quis
demonstrar que está ao lado deles, os mais oprimidos, dando-lhes como patrono o
mais exemplar dos seres humanos, aquele que aceitou ser o pai adotivo de Deus
feito homem, mesmo sabendo o que poderia acontecer à sua família. José lutou
pelos direitos da vida do ser humano e, agora, coloca-se ombro a ombro na luta
pelos direitos humanos dos trabalhadores do mundo, por meio dos membros da
Igreja que aumentam as fileiras dos que defendem os operários e seu direito a
uma vida digna. Muito acertada mais esta celebração ao homem "justo"
do Evangelho, que tradicional e particularmente também é festejado no dia 19 de
março, onde sua história pessoal é relatada.
São Peregrino Laziosi
Peregrino pertencia à família dos nobres Laziosi. Nasceu na
cidade de Forli, no norte da Itália, no ano 1265. Cresceu em meio a uma
população conhecida pelo espírito reacionário e anárquico. Tornou um jovem
idealista, de caráter intempestivo, recebendo o apelido de "furacão".
Certa ocasião, ocorreu um incidente grave num dos tumultos populares
freqüentes, porque a população se dividia entre os que apoiavam as ordens do
papa e os que preferiam seguir as do imperador germânico. Foi quando a cidade
recebeu um interdito do papa Martino IV, como castigo pelas desordens e
atitudes rebeldes. Houve séria reação entre as partes. Para acalmar os ânimos,
o papa pediu ao superior geral dos servitas, futuro santo Filipe Benicío, que
estava no mosteiro da cidade, para agir em seu nome e apaziguar os fiéis. Era
uma tarefa delicada. Filipe, então, usando o púlpito da igreja, fez um discurso
fervoroso solicitando a todos que obedecessem ao sumo pontífice. Foi quando um
grupo liderado por Peregrino, então com dezoito anos, o ameaçou de agressão. O
jovem foi mais longe, chegando a dar-lhe um tapa no rosto. Filipe aceitou a
ofensa. Depois, Peregrino, mobilizando a população com gritos, fez com que
fosse expulso da cidade. Filipe saiu humilhado, mas rezando firmemente pela
conversão dos agitadores e principalmente pelo jovem agressor. Deus ouviu sua
prece. Peregrino, caindo em si, sentiu arrependimento, vergonha e remorso.
Ficou tão angustiado que, dias depois, foi procurar Filipe, para, prostrando-se
a seus pés, pedir perdão. Naquele instante, Peregrino estava convertido
realmente. Mais tarde, aos trinta anos, ingressou na Ordem dos Servos de Maria,
os servitas, como irmão penitente. A tradição diz que foi o próprio Filipe que
entregou o hábito a Peregrino. Mas o certo foi que ele enviou o arrependido
agressor para fazer o noviciado em Sena. Só depois voltou para Forli, onde, no
mosteiro, exerceu o apostolado do bem semeando a paz. Peregrino distinguiu-se
pela obediência ao regulamento, pela penitência e mortificação. Durante trinta
anos, cumpriu uma penitência imposta a si mesmo: ficava sempre em pé, nunca se
sentava. Quando atingiu os sessenta anos de idade, devido a isso, tinha uma
ferida cancerosa na perna direita, causada por varizes. Era tão grave seu
estado de saúde, que o médico receitou a amputação da perna, para salvar sua
vida. Porém, na véspera da operação, Peregrino acordou, subitamente, no meio da
noite e sentiu que devia ir rezar na capela diante de Jesus Crucificado. Assim
fez: com muito esforço para caminhar, ajoelhou-se e rezou com fervor pedindo
que Cristo lhe concedesse a graça da cura. Foi envolvido por um êxtase
contemplativo tão profundo que viu Jesus descer da cruz e tocar sua ferida. Uma
vez refeito da visão, voltou para o leito e adormeceu. Na manhã seguinte, o
médico constatou que havia ocorrido um milagre. Peregrino estava sem nenhuma
ferida, Jesus o havia curado. O milagre só fez aumentar a veneração que os
habitantes da cidade já lhe dedicavam. Peregrino morreu no primeiro dia de maio
de 1345, vítima de uma febre. Durante seus funerais, dois milagres ocorreram e
foram atribuídos à sua intercessão. Seu culto se estendeu pelo mundo todo
rapidamente, pois os fiéis recorrem a ele como padroeiro dos doentes
cancerosos. Em 1726, foi canonizado pelo papa Bento XIII, sendo o dia de sua
morte o indicado para celebrar a sua memória, quando também se comemora são
José, Operário. Por isso sua festa pode ocorrer nos primeiros dias do mês de
Maria. A relíquia do manto de são Peregrino Laziosi é conservada à veneração
dos fiéis brasileiros na igreja de Nossa Senhora das Dores, no bairro do
Ipiranga, em São Paulo.
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