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Santa Zita |
Santa
Zita
Zita foi empregada doméstica durante trinta anos em Luca, na
Itália. Hoje em dia, as comunidades de baixa renda sofrem grande injustiça
social, principalmente quando trabalham em serviços domésticos, como ela, mas
no século XIII as coisas eram bem piores. Zita nasceu em 1218, no povoado de
Monsagrati, próximo a Luca, e, como tantas outras meninas, ela foi colocada
para trabalhar em casa de nobres ricos. Era a única forma de uma moça não se
tornar um peso para a família, pobre e numerosa. Ela não ganharia salário,
trabalharia praticamente como uma escrava, mas teria comida, roupa e, quem
sabe, até um dote para conseguir um bom casamento, se a família que lhe desse
acolhida se afeiçoasse a ela e tivesse interesse em vê-la casada. Zita tinha
apenas doze anos quando isso aconteceu. E a família para quem foi servir não
costumava tratar bem seus criados. Ela sofreu muito, principalmente nos
primeiros tempos. Era maltratada pelos patrões e pelos demais empregados. Porém
agüentou tudo com humildade e fé, rezando muito e praticando muita caridade.
Aliás, foi o que tornou Zita famosa entre os pobres: a caridade cristã. Tudo
que ganhava dos patrões, um pouco de dinheiro, alimentos extras e roupas, dava
aos necessitados. A conseqüência disso foi que, em pouco tempo, Zita dirigia a
casa e comandava toda a criadagem. Conquistou a simpatia e a confiança dos
patrões e a inveja de outros criados. Certa vez, Zita foi acusada de estar
dando pertences da despensa da casa para os mendigos, por uma das criadas que
invejavam sua posição junto aos donos da mansão. Talvez não fosse verdade, mas
dificilmente a moça poderia provar isso aos patrões. Assim, quando o patriarca
da casa perguntou o que levava escondido no avental, ela respondeu: "são
flores", e soltando o avental uma chuva delas cobriu os seus pés. Esta é
uma de suas tradições mais antigas citadas pelos seus fervorosos devotos. A sua
vida foi uma obra de dedicação total aos pobres e doentes que durou até sua
morte, no dia 27 de abril de 1278. Todavia, sua interferência a favor deles não
terminou nesse dia. O seu túmulo, na basílica de São Frediano, conserva até
hoje o seu corpo, que repousa intacto, como foi constatado na sua última
exumação, em 1652, e se tornou um lugar de graças e de muitos milagres
comprovados e aceitos. Acontecimentos que serviram para confirmar sua
canonização em 1696, pelo papa Inocêncio XII. Apesar da condição social humilde
e desrespeitada, a vida de santa Zita marcou de tal forma a história da cidade
que ela foi elevada à condição de sua padroeira. E foi uma vida tão exemplar
que até Dante Alighieria a cita na Divina Comédia. O papa Pio XII proclamou-a
padroeira das empregadas domésticas.
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