Apelidado de anjo na infância, Estanislau Kostka viveu jovem
e puro, como um anjo. Mas, não faltaram oportunidades para se entregar aos
prazeres mundanos, pois era nascido de família polonesa nobre e poderosa, em
1550, e tinha à sua disposição todas as possibilidades. Preferiu entregar-se
muito cedo à santidade e assim permaneceu até morrer, quando ainda nem
completara dezoito anos. Até os treze anos Estanislau viveu na casa dos pais. Aos
quatorze foi viver com o irmão mais velho para poder matricular-se num
seminário jesuíta e cursar os estudos superiores. Mas o seminário foi fechado
pelo imperador Maximiliano e toda a comunidade estudantil acabou abrigada no
castelo de um príncipe luterano, ambiente que nada combinava com Estanislau.
Para quem buscava uma vida de virtudes e oração, aliás, não era por nada
propício, pois ali se abrigavam sentimentos contra o catolicismo. Era
freqüentemente atormentado pelos colegas, que zombavam muito, principalmente
quando o convidavam para sair e divertir-se e ele dizia preferir a reclusão e a
oração. Como se não bastasse, passou a ser perseguido pelo irmão mais velho,
que não se conformava com a dedicação espiritual e a fé do jovem. Embora
aceitasse, sem reclamar, os maus tratos do irmão como parte da vida humilde e
de sacrifícios que buscava, jamais deixou de assistir a missa e comungar
diariamente. Mas a luta contra o ambiente hostil e a vida de privações a que se
obrigava acabaram por minar a saúde do rapaz. Frágil, ficou doente a ponto de
quase perder a vida, mas o salvaram a fé profunda e a confiança em Maria
Santíssima, de quem era devoto. Um anjo apareceu para lhe dar a eucaristia, e a
Virgem também, curando-o milagrosamente ao colocar-lhe o Menino Jesus nos
braços. Maria, em sua aparição, também o convidou a ingressar na Companhia de
Jesus. Estanislau revelou esta vontade à família, mas encontrou tal oposição
que armou um plano de fuga para poder assumir a vida que desejava. Sozinho, a
pé e perseguido raivosamente pelo irmão, fugiu de Viena para Treves, viajando
setecentos quilômetros para chegar a uma casa provincial jesuíta. Ali, São
Pedro Canísio, o provincial dos jesuítas da Alemanha, o recebeu como herói e o
enviou a Roma com uma carta de recomendação ao superior geral, são Francisco
Borja. Foram somente nove meses de noviciado jesuíta, mas plenos de trabalho,
estudo, dedicação e disciplina exemplares. Até que a Virgem lhe apareceu de
novo, avisando-o da morte iminente. Estanislau se preparou dignamente, foi
atacado de uma febre misteriosa e, pouquíssimo tempo depois, partiu docemente
ao encontro de Deus. Seu túmulo foi palco de muitos milagres e o papa Bento
XIII o canonizou em 13 de novembro de 1726.
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