O título de Doutor da Igreja foi conferido a Santo Alberto
Magno pelo Papa Pio XI. Este título já estaria plenamente justificado pelo que
lecionou, tanto em conventos quanto em universidades, e pelos livros que
escreveu. Foram vinte e duas obras sobre as artes práticas como tecelagem,
navegação, agricultura etc. Mas, como se não bastasse, Santo Alberto Magno
dominava, além da teologia, também as principais ciências naturais como a
filosofia, a química, a física, além de ter sido profundo observador da
natureza. Se fosse preciso mais, poderiam ser citados outros temas sobre os
quais dissertava fluentemente como astronomia, meteorologia, mecânica,
arquitetura, mineralogia, zoologia e botânica. Mesmo enquanto vivo já era
chamado de Magno por seus contemporâneos. Mas a santidade nunca foi colocada de
lado. "Minha intenção última está na ciência de Deus", costumava
dizer. A forma como aprendia tudo tão facilmente e a clareza com que expunha e
lecionava, sempre fizeram com que esta capacidade fosse julgada como um dom
divino. Há controvérsias sobre a data em que veio ao mundo. Alberto teria
nascido na Alemanha em 1193 ou em 1206. Mas com certeza sua família, Bolstat,
era de origem nobre e militar. Aos dezesseis anos, Alberto foi para Pádua, na
Itália, onde completou os estudos superiores e, em 1229, tornou-se frade
dominicano pregador. Lecionou nos principais pólos de cultura europeus de sua
época, como Estrasburgo, Colônia e Paris, sendo que nesta última atraiu tantos
estudantes e seguidores que precisou lecionar em praça pública. Até hoje a
praça Maubert tem este nome graças a Santo Alberto, numa derivação de Magnus
Albert. Entre seus alunos esteve São Tomás de Aquino. Em 1254, eleito superior
provincial de sua ordem na Alemanha, abriu mão da cátedra na capital da França
para ficar mais próximo da comunidade dominicana colocada sob sua
responsabilidade. Ali demonstrou como continuava mantendo o espírito de monge
pobre e humilde, viajando por grande parte da Alemanha sempre a pé e pedindo
esmolas no caminho para se alimentar. Assim, ele fundou vários conventos, além
de renovar os já existentes. Em 1260 foi nomeado bispo de Ratisbona, ocupando o
cargo por dois anos, ao fim dos quais pediu exoneração e foi atendido. Voltou à
vida simples de seu convento e passou a ensinar na universidade de Colônia. Já
entrado nos setenta anos, foi incumbido pelo papa Urbano IV de liderar as
cruzadas na Alemanha e na Boêmia. Em 1274 teve participação decisiva na união
da Igreja grega com a latina, no Segundo Concílio de Lião. Três anos antes de
sua morte Santo Alberto Magno começou a perder a memória. Mandou então que se
construísse sua própria sepultura onde, todos os dias, passou a rezar o ofício
dos mortos. Morreu a 15 de novembro de 1280. Foi canonizado em 1931, por Pio XI
e, posteriormente, foi proclamado patrono das ciências naturais por Pio XII.
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