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São Brás
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Santo Oscar (Anscário)
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São Brás
A vida e os feitos de São Brás atingem aquele ápice de alguns
poucos, que atraem a profunda fé e a admiração popular. Ele é venerado no
Oriente e Ocidente com a mesma intensidade ao logo de séculos, e até hoje, mães
aflitas recorrem à sua intercessão quando um filho engasga ou apresenta
problemas de garganta. A bênção de São Brás, procurada principalmente por quem
tem problemas nesta parte do corpo, onde é ministrada nesta data em muitas igrejas
do mundo cristão. O prodígio atribuído à ele quando era levado preso, para
depois ser torturado, é dos mais conhecidos por pessoas de todo o planeta.
Consta que uma mãe aflita jogou-se aos seus pés pedindo que socorresse o filho,
que agonizava com uma espinha de peixe atravessada na garganta. O santo rezou,
fez o sinal da cruz sobre o menino e este se levantou milagrosa, e
imediatamente como se nada lhe tivesse acontecido. Brás nasceu na Armênia, era
médico, sacerdote e muito benevolente com os pobres e cristãos perseguidos e
por essas virtudes foi nomeado bispo de Sebaste , isto no século três. Também
sabemos que, apesar de aqueles anos marcarem os finais das grandes perseguições
aos cristãos, muitos ainda torturados e mortos na mão dos poderosos pagãos.
Brás abandonou o bispado e se protegeu na caverna de uma montanha isolada e
mesmo assim, depois de descoberto e capturado, morreu em testemunho de sua fé
sob as ordens do imperador Licínio, em 316. Muitas tradições envolvem seus
prodígios, graças e seu suplício. Segundo elas, fama de sua santidade rodou o
mundo ainda enquanto vivia e sua morte foi impressionante. O bispo Brás teria
sido terrivelmente flagelado e torturado, sendo por fim pendurado em um andaime
para morrer. Como isso não acontecia, primeiro lhe descarnaram os ossos com
pentes de ferro. Depois tentaram afogá-lo duas vezes e, frustrados, o degolaram
para ter certeza de sua morte. O corpo do santo mártir ficou guardado na sua
catedral de Sebaste da Armênia, mas no ano 732 uma parte de suas relíquias
foram embarcadas por alguns cristãos armênios que seguiam para Roma. Nessa
ocasião uma repentina tempestade interrompe a viagem na altura da cidade de
Maratea, em Potenza; e alí os fieis acolhem as relíquias do santo numa pequena
igreja, que depois se tornaria sua atual basílica e a localidade receberia o
nome de Monte São Brás. Mais recentemente, em 1983 no local da igrejinha
inicial foi erguida uma estátua de São Brás, com a altura de vinte e um metros.
Como dissemos, do Oriente ao Ocidente, todo mundo cristão se curva à devoção de
São Brás nomeando ainda hoje cidades e locais, para render-lhes homenagem e
veneração.
Santo Oscar (Anscário)
Oscar, desde pequeno conviveu com os monges beneditinos da
cidade de Corbiè, onde nasceu em 800, na França. Na infância, estudou no
colégio do mosteiro, onde regressou, mais tarde, para se tornar um monge e
professor interno. Aos vinte e três anos, foi exercer esta função na Saxônia.
Nesta região era conhecido como Anscário. Começou a se destacar quando o novo rei
da Dinamarca, em 826, o convidou a instalar uma missão evangelizadora, para
conversão dos seus súditos, quase todos pagãos. Ele aproveitou bem esta
oportunidade, obtendo sucesso no início. Mas, o rei, um ano depois, foi deposto
e exilado. Oscar o seguiu e abandonou a Dinamarca. Em 829, foi enviado como
missionário para a Suécia, junto com o monge Vitimaro. Nesta corte, Oscar
converteu e batizou o rei, que os autorizou pregar livremente o Evangelho aos
raros cristãos do lugar. Após um ano e meio de trabalho os resultados pareciam
mostrar boas bases. Por isto, o papa Gregório IV, o designou como seu delegado
na Alemanha, onde o imperador Ludovico, o Pio, que era filho e sucessor de
Carlos Magno, desejava criar na diocese de Hamburgo uma nova estrutura eclesiástica.
Oscar aceitou a excelente chance de ampliar as fronteiras da evangelização e em
831, foi consagrado o arcebispo de Hamburgo. Assim, pode dar maior estabilidade
à missão na Suécia, consagrando seu companheiro, monge Vitimaro, o bispo
daquela diocese. Contudo, sem deixar de acompanhar a evolução da atividade
missionária na Dinamarca. Em 840, com a morte de Ludovico, o Pio, a aliança do
império franco-alemão ficou enfraquecida e as invasões dos bárbaros normandos
começaram a devastar toda a Europa setentrional. Esta reviravolta política,
desintegrou toda a estrutura organizada por Oscar, começando pela Dinamarca,
depois Suécia e finalmente Hamburgo, em 845. Nesta ocasião, Oscar teve tempo
apenas de salvar as relíquias da sua igreja. Mas ele não renunciou. Depois de
alguns anos no mosteiro alemão de Brema, Oscar decidiu recomeçar a partir da
Suécia, para onde ele voltou, até porque não havia mais ninguém para enviar. O
então rei Olavo autorizou a evangelização cristã, que ele organizou sozinho,
primeiro formando bons missionários, depois indicando a região onde iriam
atuar. Assim, Oscar vivia em constante peregrinação, fortalecendo com sua
presença as novas bases iniciadas, inclusive na Dinamarca, agora com relações
estáveis com a Alemanha. Oscar sempre soube que sua obra missionária estaria
sujeita aos interesses destes reis do Norte, minados pelas inúmeras alianças
políticas e religiosas e por vários fatores externos, mas nunca desistiu. Nos
seus últimos anos, sentiu que as raízes para um cristianismo profundo no Norte
estavam nascendo, embora semeadas em meio aos temporais, como resultado de sua
obstinada esperança e fé inabalável. Morreu no dia 3 de fevereiro de 865 no
mosteiro de Brema, Alemanha. A Igreja, por justa razão, o proclamou
"apóstolo dos povos escandinavos" e o venera nesse dia como Santo.
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