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Santo André Corsini
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Santo Gilberto
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Santo André Corsini
Um sonho anunciou o inicio da vida religiosa de Santo André
Corsini, outro sonho anunciou seu fim. O primeiro quem o teve foi sua mãe. O
outro, que lhe indicou a data da morte, sonhou ele próprio. André nasceu em
Florença, na Itália, em 1301, filho de família nobre e famosa. Antes de o dar à
luz, sua mãe sonhou que seu filho nascia lobo, mas se transformava em cordeiro
ao entrar numa igreja carmelita. Até os dezessete anos André viveu sem
preocupações morais ou espirituais, cercado de vícios e dando seguidos
desgostos aos pais. Com essa idade, ao encontrar a mãe chorando por tudo que
ele aprontava, André percebeu que estava no caminho errado. Ela lhe contou
sobre o sonho e o rapaz, caindo em si, chorou com ela e prometeu se corrigir.
Prometeu e cumpriu, procurou uma igreja carmelita, iniciou-se na Ordem e
começou nova vida. Concluiu os estudos religiosos em Paris, ordenou-se
sacerdote e, ainda em vida, operou vários prodígios, portador que era do dom da
cura e da profecia. Curou um tumor maligno que ameaçava levar um primo para a
morte e previu o destino de um menino, que batizou. Seus feitos o levaram a ser
nomeado bispo de Fiesoli, em Florença, Itália. No entanto, ele recusou o cargo
e se escondeu para não ter de assumi-lo. Mas, uma criança de apenas seis anos
revelou seu esconderijo, dizendo ser a vontade de Deus que ele encabeçasse a
diocese e, assim, o convenceu a aceitar essa tarefa apostólica. Durante os anos
em que ali atuou, foi amado pelo povo e respeitado pelas autoridades. André
conseguiu apaziguar divergências mortais entre inimigos e até aproximar a
aristocracia e o povo, missão que recebeu do Papa Urbano V e desempenhou com
louvor. Na noite de Natal de 1372 teve um desmaio e recebeu, em sonho, a
notícia de que morreria em 6 de janeiro. A partir daí foi dominado por uma
febre que não mais o deixou até que a profecia se cumpriu. Foi sepultado na
igreja dos Carmelitas de Florença, onde suas relíquias podem ser veneradas,
ainda hoje. Santo André Corsini é o padroeiro da cidade de Florença e a Igreja
designou o dia 04 de fevereiro para a sua festa litúrgica.
São João de Brito
O povo português em muito ajudou a divulgação do cristianismo
e a sua propagação pelo mundo, nos tempos das grandes navegações. Enquanto
alargava suas fronteiras, levava junto com sua bandeira a cruz dos cristãos,
empunhada principalmente pelos padres jesuítas que, desta forma, puderam evangelizar
pelos quatro cantos do planeta. Através das suas missões a religião católica
chegou ao Brasil e a tantos outros países. Foi numa missão jesuítica, na Índia,
que brotou em sua plenitude o apostolado do sacerdote português João de Brito.
João nasceu em Lisboa ao 1º de março de 1647, filho de um membro da corte
portuguesa que, mais tarde, seria governador do Rio de Janeiro, Salvador de
Brito Pereira e da nobre Brites de Portalegre. Apesar de ter saúde débil, desde
a infância João alimentou o desejo de se tornar evangelizador. Fez os estudos
superiores na famosa Universidade de Coimbra, mas queria completar os estudos
teológicos na Índia. Aos vinte e seis anos, ordenou-se sacerdote e entrou para
a Companhia de Jesus e, apesar da fragilidade física, rumou para o país onde
sonhava pregar seu apostolado. Começou sua atividade missionária em Malabar.
Nessa época, conta-se que caminhava descalço enormes distâncias, levando apenas
uma manta de algodão e livros religiosos. A sua figura tornou-se emblemática do
novo método de evangelização seguido na Índia pelos missionários. Na mão
segurava uma cana de bambú, vestia roupão cor avermelhada e calçava palmilhas
de madeira. Em tudo vivia como um habitante hindu; nas vestimentas, nos
costumes alimentares e no comportamento, porém sempre revelando sua fé e
pregando o cristianismo. Mesmo assim, sofreu perseguições, foi preso e
torturado, mas não desistiu. Ocorre que as idéias defendidas por ele iam
totalmente contra os princípios da sociedade hindu que, com suas divisões de
castas, tinha verdadeiro horror à pregação de "um só rebanho onde todos
são iguais perante o Criador". Mesmo com toda a oposição dos poderosos,
João de Brito converteu comunidades inteiras de hindus. Foram 15 anos de um
difícil e cansativo apostolado, ao fim dos quais chegou a voltar para Portugal.
Lá, recebeu o convite para ser conselheiro do rei Pedro II e preceptor de seu
filho, mas recusou a oferta e voltou para a Índia onde, por sua fé, encontraria
a morte. Mal pisou em Malabar deparou com um verdadeiro inferno: cristãos
haviam sido mortos, suas casas e igrejas saqueadas e queimadas. Era uma revolta
dos sacerdotes hindus, chamados brâmanes, especialmente contra cidadãos
cristãos. João de Brito foi também preso e sumariamente decapitado. Era o dia
04 de fevereiro de 1693. No mesmo local onde conseguiu permissão para orar,
antes da execução, seu corpo foi exposto, depois de ter os membros decepados. O
Papa Pio XII proclamou Santo João de Brito em 1947 marcando sua festa litúrgica
para o dia de seu martírio.
Santa Joana de Valois
Filha do rei Luiz XI da França e Carlota de Savóia, Joana
nasceu no castelo de Tours, em 23 de abril de 1464. Causou uma grande desilusão
a seu pai que desejava um filho homem. Aos vinte e seis dias de idade, foi
acertado o seu casamento, para consolidar uma aliança política, com seu primo
Luiz de Órleans, de dois anos. A menina cresceu com uma pequena deformação
física, por isto aos cinco anos foi deixada no castelo de Berry, no qual o seu
maior prazer era "conversar com a Santíssima Virgem". Aos seis anos,
foi convidada pelo rei a escolher um confessor. Escolheu o monge franciscano
Gabriel Maria, que a Igreja também depois beatificou. Um ano depois,
conversando com Nossa Senhora, durante as orações, esta a investiu de sua missão
mariana: "Antes de morrer fundarás uma família religiosa em meu nome.
Assim fazendo me darás um grande prazer e me prestarás um serviço". Como
era de costuma, aos doze anos se casou com o primo, apesar da sogra tentar
desfazer a aliança, que já não era conveniente. Portanto, quando o pai de Joana
morreu, ela se tornou a nova rainha e o marido, o rei Luiz XII, que em seguida
a repudiou. Após a anulação canônica do matrimônio, casou-se com a filha do
duque da Bretanha, em mais uma união de fundo político. Joana herdou o ducado
de Berry e um ano depois, em 1498, ingressou na ordem terceira de São
Francisco, em Bourges, dedicando totalmente sua vida ao próximo, a Maria e a
Jesus Cristo. Seguindo sempre a orientação espiritual de seu confessor,
administrou suas posses com sabedoria e caridade, de forma a ajudar os pobres e
doentes. Provou isto durante uma epidemia de peste, que se alastrou pelo
território francês, naquele período, mostrando todas as virtudes que carregava
no coração. Depois, com dificuldade e superando todos os empecilhos, fundou,
com a ajuda do monge Gabriel Maria, uma nova instituição religiosa para irmãs,
tendo a finalidade de servir a Cristo e imitar a Virgem Maria, em todas as suas
virtudes. A nova família, essencialmente mariana, recebeu o nome de Congregação
da Anunciação, cujo estatuto foi escrito por ela. Também por seu desejo
consagrou as irmãs às "dez virtudes da Santíssima Virgem". No final
de novembro de 1504, com autorização do Vaticano confiou a congregação aos
Frades Menores da Obediência, Ordem terceira franciscana. Morreu em 4 de
fevereiro de 1505, de doença fulminante, no seu convento de Berry, França. As
graças e os milagres floresciam sob sua intercessão, enquanto o monge Gabriel
Maria consolidava sua obra. Ele morreu vinte e três anos depois, quando as
irmãs contemplativas da Anunciação, como são chamadas atualmente, já estavam
espalhadas por toda a França, alcançando a Bélgica e a Inglaterra. Santa Joana
de Valois foi canonizada em 1950, pelo papa Pio XII, tendo determinando o dia
de sua morte para as comemorações.
Santa Catarina de Ricci
Aos 25 de abril de 1522, nasceu a linda menina na nobre e
milionária família Ricci, de Florença, na Itália. Após três filhos varões,
Pedro Francisco e Catarina exultavam de felicidade ao batiza-la com o nome de
Alessandra. Ainda não tinha completado quatro anos de idade quando a mãe de
Sandrina, como era chamada pelos familiares, faleceu. Quem foi encarregada de
sua criação foi sua avó paterna, que percebia na pequena neta a vocação pela fé
cristã. Por isso, aos seis anos foi entregue à educação das irmãs beneditinas
em Prato, uma cidade muito próxima da sua. Alí sua vontade de seguir a vida
religiosa de fato se concretizou. Quando completou os estudos e teve de voltar
ao lar paterno, recusou a convivência com o luxo e a riqueza, que a família
ostentava e escolheu continuar vivendo sob as regras do convento. Nessa mesma
época explodia na Europa a revolta de Martinho Lutero, também conhecida como a
contra-reforma da Igreja. Sandrina, enfrentando a riqueza da família, que
desejava vê-la casada e rendendo nova fortuna ao clã, e o movimento contra a
Igreja, manifestou seu desejo de se entregar de corpo e alma ao catolicismo.
Seu pai, Pedro Francisco, ainda não estava convencido e lutava contra esse seu
desejo. Mas ela insistiu na escolha de uma vida casta e religiosa, até que os
familiares concordassem com seu ingresso num convento. Tinha treze anos, quando
seu tio paterno, padre Timóteo intercedeu junto ao irmão e lhe mostrou que
Sandrina já tinha plena convicção e demonstrava total firmeza para a vida que
escolhera. Com a benção de seu amado pai e irmãos, que souberam das suas
experiências de religiosidade mística, foi entregue ao convento das dominicanas
em Prato. Lá tomou o hábito e escolheu o nome de Catarina, o qual a remetia à
sua falecida mãe e à Santa de Sena, de sua devoção. Catarina de Ricci se tornou
uma das místicas mais respeitadas e viveu uma das experiências mais
impressionantes que a Igreja pode comprovar. Toda quinta-feira da Paixão ela
sofria as dores de Cristo, até o final da sexta-feira. Um sofrimento ímpar.
Mas, Catarina não se alienava por causa da contemplação e das experiências de
religiosidade experimentadas. Participava ativamente da vida comunitária e
chegou a assumir cargos de responsabilidade no convento, desempenhando suas
funções com dedicação e disciplina. Tanto assim, que aos trinta anos de idade
tornou-se vice-prioresa do convento. Por seu equilíbrio foi considerada mestra
espiritual, dando conselhos e orientando sacerdotes, bispos e cardeais.
Mantinha uma correspondência freqüente com três contemporâneos, Carlos
Borromeu, Filipe Néri e o Papa Pio V, que depois também se tornaram venerados
pela Igreja. Ela faleceu em 02 fevereiro de 1590, no convento onde foi
enterrada e onde as relíquias ainda são conservadas, em Prato, Itália.
Beatificada em 1732, foi proclamada Santa Catarina de Ricci em 1746, pelo Papa
Benedito XIV e sua festa designada para 04 de fevereiro. Foram muitos os
pontífices que se ajoelharam para venerá-la. Mais recentemente, em 1986, foi a
vez do Papa João Paulo II, que durante sua visita de peregrinação ao Santuário
de Santa Catarina de Ricci, assim se pronunciou sobre ela: "A sua profunda
experiência contemplativa lhe possibilitou obter o dom da sabedoria que a fazia
ofertar uma palavra de luz e de esperança com animo aberto e voltado às
verdadeiras necessidades das mais variadas categorias de pessoas, graças às
inspirações de uma caridade ardente e generosa".
Santo Gilberto
Ele é o decano dos santos ingleses. Foi fundador da única
Ordem totalmente inglesa, tanto pela origem do seu nascimento quanto pela
trajetória de sua vida sacerdotal. Gilberto era filho do nobre normando
Juscelino, que se estabeleceu na Inglaterra depois dela ter ficado sob o
domínio de Guilherme, o Conquistador. A sua infância transcorreu, toda ela, nas
propriedades paternas da cidade de Sempringham, onde nasceu em 1083. Lá,
Gilberto iniciou seus estudos, concluídos depois em Paris. Retornando à sua
pátria, Gilberto se dedicou à educação dos jovens e se ordenou sacerdote em
1130. Também, foi o ano que fundou, na própria Sempringham, um mosteiro
feminino que colocou sob as regras beneditinas. Na realidade desejava que
fossem dirigidas pelos "cistercenses", Ordem recém criada pelo amigo
Bernardo de Chiaravalle, que a Igreja também honra. O Papa, porém, preferiu
vê-las sob a guarda de uma congregação mais antiga. Depois, Gilberto fundou um
mosteiro masculino que submeteu às mesmas Regras e direção espiritual dada às
religiosas. Em 1148, os Estatutos de ambas foram aprovados pelo Papa Eugênio
III. Dessa forma estava fundada a nova Ordem religiosa, a dos Gilbertinos, que
teria cerca de setecentos religiosos e mil e quinhentas religiosas, quando da
morte do seu fundador. Mas antes desses balanços finais tão positivos, os
períodos obscuros foram muitos. No rompimento entre o rei Henrique II, o
Parlamento inglês e o bispo Tomas Becker, de Canterburi, Gilberto é o alvo
preferido dos ataques parlamentares, mas escapa da perseguição, somente porque o
rei o estima e o defende, impedindo que se seguisse com tanta violência. Há
também uma série de revoltas dentro da própria Ordem, provocadas pelos irmãos
leigos que desejavam tomar a administração dos bens e que, portanto, o atacavam
diretamente com graves acusações. Mas a essa altura, todos os bispos da
Inglaterra correram em seu socorro e, o defenderam junto ao Papa Alessandro
III. Com o passar dos anos, a velhice e a cegueira chegam juntas e Gilberto dá
um último sinal de amor à Ordem que criou, pedindo para ser acolhido como um
simples monge e pronunciou o voto de total obediência ao Superior geral. Ele
morreu santamente na sua cidade natal no dia 04 de fevereiro de 1189, com cento
e seis anos de idade. Eram vinte e quatro mosteiros por toda a Inglaterra,
quando entre 1538 e1539, deixaram de existir bruscamente, por determinação do
rei Henrique VIII. Durante o rompimento com Roma, os integrantes dessa Ordem
foram assimilados por outras congregações, conforme solicitadas. Entretanto,
seu fundador, já havia sido elevado à honra dos altares da Igreja, pelo Papa
Inocêncio III em 1202, sendo o dia de sua morte reservado para a sua festa. O
culto à São Gilberto é expressivo entre os povos de língua saxônica e chegou
aos nossos tempos graças à sua veneração, que foi mantida pelos monges
beneditinos e cistercenses, onde quer que intalassem seus mosteiros.
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