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Santo Paulo Miki e Comp.
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Santo Gastão |
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Santo Gastão |
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Afonso Maria Fusco |
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Francisco Spinelli
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Santo Paulo Miki e companheiros
Foi através do trabalho evangelizador de São Francisco
Xavier, que o Japão tomou conhecimento do cristianismo, entre 1549 e 1551. A
semente frutificou e, apenas algumas décadas depois, já havia pelo menos
trezentos mil cristãos no Império do sol nascente. Mas se a catequese obteve
êxito não foi somente pelo árduo, sério e respeitoso trabalho dos jesuítas em
solo japonês. Foi também graças à coragem dos catequistas locais, como Paulo
Miki e seus jovens companheiros. Miki nasceu em 1564, era filho de pais ricos e
foi educado no colégio jesuíta em Anziquiama, no Japão. A convivência do
colégio logo despertou em Paulo o desejo de se juntar à Companhia de Jesus e
assim o fez, tornando-se um eloqüente pregador. Ele porém, não pôde ser
ordenado sacerdote no tempo correto porque não havia um bispo na região de
Fusai. Mas isso não impediu que Paulo Miki continuasse sua pregação.
Posteriormente tornou-se o primeiro sacerdote jesuíta em sua pátria,
conquistando inúmeras conversões com humildade e paciência. Paciência, essa que
não era virtude do imperador Toyotomi Hideyoshi. Ele era simpatizante do
catolicismo mas, de uma hora para outra, se tornou seu feroz opositor. Por
causa da conquista da Coréia, o Japão rompeu com a Espanha em particular e com
o Ocidente em geral, motivando uma perseguição contra todos os cristãos.
Inclusive alguns missionários franciscanos espanhóis que tinham chegado ao
Japão através das Filipinas e sido bem recebidos pelo Imperador. Os católicos
foram expulsos do país, mas muitos resistiram e ficaram. Só que a repressão não
demorou. Primeiro foram presos seis franciscanos, logo depois Paulo Miki com
outros dois jesuítas e dezessete leigos terciários. Os vinte e seis cristãos
sofreram terríveis humilhações e torturas públicas. Levados em cortejo de Meaco
a Nagasaki foram alvo de violência e zombaria pelas ruas e estradas, enquanto
seguiam para o local onde seria executada a pena de morte por crucificação.
Alguns dos companheiros de Paulo Miki eram muito jovens, adolescentes ainda,
mas enfrentaram a pena de morte com a mesma coragem do líder. Tomás Cozaki
tinha, por exemplo, catorze anos; Antônio, treze anos e Luis Ibaraki tinha só
onze anos de idade. A elevação sobre a qual os vinte e seis heróis de Jesus
Cristo receberam o martírio pela crucificação em fevereiro de 1597 ficou
conhecida como Monte dos Mártires. Paulo Miki e seus companheiros foram
canonizados pelo Papa Pio IX, em 1862. Os crentes se dispersaram para escapar
dos massacres e um bom número deles se estabeleceu ao longo do rio Urakami, nas
proximidades de Nagasaki. Lá eles continuaram a viver sua fé, apesar da
ausência de padres. A partir do momento em que o Japão se abriu novamente aos
europeus, os missionários voltaram e as igrejas voltaram a ser construídas,
inclusive em Nagasaki, a poucos quilômetros da comunidade cristã clandestina.
Ela havia perdido todo contato com a Igreja Católica, mas guardava
preciosamente três critérios de reconhecimento recebidos dos ancestrais:
"Quando a Igreja voltar ao Japão, vocês a reconhecerão por três sinais: os
padres não são casados, haverá uma imagem de Maria e esta Igreja obedecerá ao
papa-sama, isto é, ao Bispo de Roma". E foi assim que aconteceu dois
séculos e meio depois, quando os cristãos do Império do sol nascente puderam se
reencontrar com sua Santa Mãe, a Igreja.
Santo Gastão
Gastão, ou Vedastus, como se diz em latim, pertencia à uma
família de nobres e era nascido em Limoges, na antiga Gália, atual França.
Segundo consta dos registros antigos, ele preferia viver solitário na região de
Lorena, onde se dedicava à penitencia, à oração e à contemplação, até que seu
amigo e diretor espiritual o bispo Remígio, de Toul, o ordenou sacerdote e o
colocou no trabalho de catequização na diocese local. Mas essa aproximação
entre os dois só ocorreu porque Gastão fora recomendado ao bispo, pelo próprio
rei Clóvis, que ficara impressionado com sua vida no caminho da santidade e com
seus dons da palavra, do conselho e da cura, que havia adquirido. O rei Clóvis
era casado com a rainha Clotilde, mas eram pagãos. Depois ambos foram
catequizados e batizados, o que aconteceu graças a Gastão e ao bispo Remígio, que
se tornaram conselheiros dos soberanos. Com isso ambos foram também os
precursores da conversão do povo francês. Gastão, mais tarde foi sagrado bispo
de Arras, ficando encarregado da instrução dos fiéis e da assistência aos
pobres, quando então se tornou muito popular. Diz a tradição que tinha não só o
dom da palavra, para evangelizar e catequizar, mas também o dom da cura, que
teriam sido presenciadas pelos fiéis e peregrinos, e do conselho, que empregava
aos que o procuravam desorientados. Seu bispado durou quarenta anos e, quanto à
sua morte, foi logo conhecida por toda a população, pois no exato instante em
que faleceu uma estranha luz cobriu sua casa. Suas relíquias foram conservadas
apesar das invasões dos bárbaros normandos e dos saques resultantes da
Revolução Francesa. Hoje são veneradas na capela da Catedral de Arras, no dia 6
de fevereiro, que corresponde ao de sua morte, no ano 540.
Santa Dorotéia
Dorotéia nasceu e viveu no século IV, na Cesaréia da
Capadócia. Era uma jovem cheia de virtudes, verdadeira apóstola de Cristo,
quando o imperador de Roma expediu o decreto para exterminar de vez a religião
cristã. Mesmo sendo muito rica, a jovem virgem vivia em jejum e oração, quase
sem aparecer em público. Era muito estimada pelos cristãos por sua piedade, sua
educação esmerada e, principalmente, por lhes dar ânimo e forças para combater
seus perseguidores. O mais cruel de todos eles, sem dúvida, era o governador
Saprício, que tomando conhecimento da sua fama mandou chamá-la para na sua
presença renegasse a fé em Cristo e apresentasse oferenda aos deuses. Mas
Dorotéia não cedeu. Assim, ele a entregou para duas sacerdotisas pagãs,
chamadas: Cristie e Calista para que elas fizessem Dorotéia abandonar sua fé.
Além de não conseguirem o proposto, as duas se converteram e, por isto, foram
mortas. Mesmo após este acontecimento, Dorotéia não renegou Cristo. Depois de
muito suplício, o governador finalmente sentenciou Dorotéia à morte por
decapitação. Ao sair do julgamento, ela encontrou com Teófilo, um advogado, que
em tom de deboche lhe disse: "Esposa de Cristo, envia-me do jardim do seu
Esposo frutos ou rosas". Dorotéia aceitou o desafio prometendo que sim.
Estava rezando antes da sua execução, quando um menino apareceu com três rosas
e três frutos, que ela pediu para serem entregues ao advogado Teófilo. No exato
momento de sua decapitação o menino faz a entrega à ele, que fica muito
perturbado pois no mês de fevereiro não era época das flores, muito menos de
rosas tão belas e frescas como aquelas. Teófilo imediatamente foi tocado pela
Graça a Deus e passou a afirmar aos amigos que o Deus dos cristãos era de fato
O verdadeiro. No início todos pensaram que se tratava de mais uma ironia de
Teófilo, mas devido à sua insistência, foi denunciado. Saprício então o convocou
para julgamento cobrando sua coerência com as convicções antigas, mas Teófilo
afirmou que havia se convertido à fé em Cristo e que não a renegaria jamais.
Foi torturado e decapitado, também. O culto de Santa Dorotéia foi muito
difundido durante a Idade Média, sendo invocada como um dos "Santos
Auxiliadores". Inúmeros artistas inspiraram-se na conversão de Teófilo,
retratando em quadros o milagre de Santa Dorotéia, chamada até hoje de a
"Santa das flores" e festejada no dia 06 de fevereiro.
Afonso Maria Fusco
Alfonso Maria Fusco nasceu no dia 23 de março de 1839, na
cidade italiana de Angri, em Salerno. A família era de origem camponesa e com
profundas raízes cristãs. Ainda pequeno, revelou seu caráter manso, humilde,
sensível à oração e aos pobres. Aos onze ingressou no Semimário de Nocera, onde
foi ordenado sacerdote treze anos depois. O povo era cativado pela sua
evangelização cuja pregação era profunda, simples e eficaz. A vida cotidiana de
padre Alfonso era de um sacerdote zeloso, que guardava no coração o desejo de
cumprir a missão que Jesus lhe havia pedido em sonho, pouco antes de concluir o
seminário: fundar uma Congregação de Irmãs e um Orfanato. Em 1878, foi
procurado por Madalena Caputo, mais tarde Irmã Crucifixa, que desejava se
consagrar a Deus na vida religiosa. Dias depois outras três jovens lhe pediram
a mesma orientação. Por isto, aproveitando os anseios destas jovens, padre
Alfonso acelerou a fundação da Congregação das Irmãs Batistinas do Nazareno,
destinada à formação de religiosas dedicadas a uma vida de pobreza, de união
com Deus, de caridade empenhada no cuidado e na instrução das órfãs pobres.
Assim, a Obra estava fundada. A casa para as órfãs recebeu o nome de Pequena
Casa da Providência. Começaram a chegar outras postulantes e as primeiras
órfãs, e com elas, também as dificuldades, as lutas, as oposições e as duras
provas. padre Alfonso aceitou tudo, com total confiança e disponibilidade à
vontade de Deus. Até mesmo, quando o bispo pediu sua demissão da função de
diretor da Obra, motivado por acusações infundadas; e por fim quando as Irmãs
da Casa em Roma, tiveram a idéia de uma separação. Estes foram para ele
momentos de grandes sofrimentos, que o faziam rezar com o coração angustiado.
Dirigia o Instituto com grande sabedoria e prudência e, como pai amoroso,
observava as Irmãs e as órfãs. Numa época em que a instrução era privilégio de
poucos, proibida aos pobres e às mulheres, padre Alfonso não poupava
sacrifícios para dar às crianças uma vida serena, o estudo e uma pequena profissão,
para formar cidadãos honestos e cristãos convictos. Quis que suas Irmãs
estudassem, para estarem habilitadas a ensinar os pobres através da instrução e
da evangelização. A tenacidade da sua vontade, ancorada na Divina Providência,
a colaboração sábia e prudente da Irmã Crucifixa, o estímulo do amor a Deus e
ao próximo, permitiram o rápido desenvolvimento da Obra. O crescente pedido de
assistência e o aumento das órfãs e de crianças abandonadas, impulsionaram a
abertura de novas casas em outras regiões da Itália. Padre Alfonso Maria Fusco
morreu no dia 6 de fevereiro de 1910. A notícia causou forte comoção na
população que, acompanhou os funerais daquele que consideravam o "Santo
dos pobres". O Papa João Paulo II, em 2001, o proclamou beato exaltando
seu exemplo de educador e protetor dos pobres e necessitados, a ser seguido por
todos os sacerdotes. As suas Irmãs, hoje estão espalhadas em quatro Continentes
e o festejam neste dia.
Francisco Spinelli
Francisco nasceu em Milão, aos 14 de abril de 1853, cujos
pais, trabalhadores humildes, eram muito cristãos. Ele cresceu forte, vivaz e
ficava muito alegre ao brincar de teatro de fantoches com as outras crianças.
Nas horas livres acompanhava a mãe nas visitas os pobres e doentes, sentindo-se
feliz por amar e ajudar o próximo, conforme o ensinamento de Jesus. Assim foi
que surgiu sua vocação. Apesar de seu pai desejar que estudasse medicina pode
seguir o chamado de Cristo e se tornou um "médico" de almas. Apoiado
pela família, Francisco foi estudar na cidade de Bergamo, onde concluiu os
estudos e recebeu a ordenação sacerdotal, em 1875. Neste ano do Jubileu, ele
seguiu em peregrinação para Roma e, durante as cerimônias na igreja de Santa
Maria Maior, teve a inspiração para criar uma família de religiosas que adorassem
Jesus Sacramentado. Padre Francisco compreendeu o projeto de sua vida esperando
o momento certo para colocá-lo em execução. Retornando desta viagem, foi
designado para lecionar na creche da paróquia de Bergamo, onde seu tio, padre
Pedro, era o pároco. Desta maneira, desenvolveu seu apostolado entre os pobres,
lecionando também no Seminário e orientando algumas comunidades religiosas
femininas. Em 1882, encontrou uma jovem, Catarina Comensoli, que desejava se
tornar religiosa numa congregação que tivesse por objetivo a Adoração
Eucarística. Padre Francisco pode assim realizar seu sonho. Em dezembro de
1882, as primeiras noviças ingressam numa casa, que depois se tornou o primeiro
convento, em Bergamo. Desta maneira fundou, inicialmente, o Instituto das Irmãs
da Adoração. Sete anos depois eram nove as casas, onde as religiosas acolhiam
pobres, doentes e deficientes mentais. Tudo corria bem até quando, por vários
equívocos, ele foi constrangido a deixar a diocese de Bergamo, em 1889, e se
transferiu para a de Cremona, na aldeia de Rivolta d'Ada, onde suas filhas
tinham aberto uma casa, tendo de deixar a direção do Instituto, também. Por
isto, a fundação se dividiu: irmã Comensoli criou a congregação das Irmãs
Sacramentinas, e padre Francisco, a das Irmãs Adoradoras do Santíssimo
Sacramento. Obtendo a aprovação da Santa Sé, as Adoradoras adquirem vida
própria, com o propósito de adorar dia e noite Jesus na Eucaristia e de servir
os irmãos pobres e doentes mentais, nos quais se "reflete o vulto de Cristo".
Jesus foi a fonte e o modelo da vida sacerdotal do padre Francisco, do qual
extraia força e vigor para servir os semelhantes. Em Rivolta, ele supriu a
comunidade, que tinha necessidade de tudo, como: escolas, creches, assistência
aos enfermos e aos velhos abandonados. Seus preferidos eram os deficientes
mentais, que ele alegrava pessoalmente, encenando espetáculos de fantoche.
Envolto numa imensa fama de santidade, morreu no dia 6 de fevereiro de 1913,
sendo sepultado na Casa Mãe das Adoradoras, em Cremona, Itália. O papa João
Paulo II, declarou Francisco Spinelli, Beato, em 1992, indicando sua festa para
o mesmo dia da sua morte.
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