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Santo Jerônimo Emiliano
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Santa Josefina Bakhita
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Jerônimo Emiliani, de nobre família, nasceu em Veneza,
Itália, em 1486. Sua juventude foi bastante tumultuada, com comportamentos
mundanos e desregrados. Desde os quinze anos serviu como soldado e durante
muito tempo foi mantido como prisioneiro pelo exército imperial de Treviso.
Neste período, ele foi envolvido numa forte experiência de conversão.
Atormentado pela memória de seus pecados, reconheceu em Cristo Crucificado o
amor misericordioso do Pai. Quando saiu em liberdade, se desfez de toda a
fortuna e se consagrou a uma missão muito especial, baseada na revelação da
paternidade divina: compartilhar e viver em comunidade com os órfãos, os pobres
e os doentes. Assim, em 1531 fundou um instituto de religiosos na cidade de
Somasca, Itália. Logo foram chamados de "padres Somascos". Jerônimo
Emiliani permaneceu leigo e dedicou sua existência a Deus e à caridade. Seus
trabalhos solidários se estendiam aos doentes e miseráveis como também as
crianças órfãs e às prostitutas. A motivação da sua vida espiritual foi o
desejo de devolver a Igreja ao estado de santidade das primeiras comunidades
cristãs. Este mesmo ideal determinou o modo de organizar a vida das casas que acolhiam
os órfãos. O grupo religioso se destacou por proporcionar educação gratuita aos
menores abandonados e órfãos. Dos muitos colaboradores que se aproximaram dele,
alguns tomaram a decisão de seguir o seu estilo de vida. Assim nascia a
Companhia dos Servos dos Pobres. Prestes a morrer, Jerônimo Emiliani transmitiu
a seus discípulos um testamento que sintetizava sua experiência espiritual e
representava, ao mesmo tempo, um itinerário de vida cristã: "Segui o
caminho do Crucificado, desprezai a iniqüidade, amai-vos uns aos outros e servi
aos pobres". Jerônimo Emiliani faleceu na cidade de Somasca, Itália, no
dia 8 de fevereiro de 1537, vitimado pela peste que contraiu servindo aos
doentes durante uma epidemia que se alastrou na cidade. Apesar disso cuidou dos
enfermos até os últimos momentos de sua vida. O papa Santo Pio V, em 1568
oficializou a Ordem dos Religiosos de Somasca. Jerônimo Emiliani foi canonizado
em 1767 e o dia 8 de Fevereiro escolhido para a sua homenagem. Em 1928, o Papa
Pio XI o declarou Padroeiro dos órfãos e das crianças abandonadas.
Santa Josefina Bakhita
Bakhita nasceu no Sudão, África, em 1869. Este nome, que
significa "afortunada", não recebeu de seus pais ao nascer, lhe foi
imposto por seus raptores. Esta flor africana conheceu as humilhações, os
sofrimentos físicos e morais da escravidão, sendo vendida e comprada várias
vezes. A terrível experiência e o susto, provado naquele dia, causaram
profundos danos em sua memória, inclusive o esquecimento do próprio nome.
Na capital do Sudão, Bakhita foi finalmente comprada por um
cônsul italiano, que depois a levou consigo para a Itália. Durante a viagem,
ele a entregou para viver com a família de um amigo, que residia em Veneza, e
cuja esposa, havia se afeiçoado à ela.Depois, com o nascimento da filha do
casal, Bakhita se tornou sua babá e amiga. Os negócios desta família, na
África, exigiam que retornassem. Mas, aconselhado pelo administrador, o casal
confiou as duas, às irmãs da congregação de Santa Madalena de Canossa, em
Schio, também em Veneza. Alí, Bakhita, conheceu o Evangelho. Era 1890 e ela
tinha vinte e um anos quando foi batizada recebendo o nome de Josefina. Após
algum tempo, quando vieram buscá-las, Bakhita ficou. Queria se tornar uma irmã
canossiana, para servir a Deus que lhe havia dado tantas provas do seu amor.
Depois de sentir muita clareza do chamado para a vida religiosa, em 1896,
Josefina Bakhita se consagrou para sempre a Deus, que ela chamava com carinho
"o meu Patrão!". Por mais de cinqüenta anos, esta humilde Filha da
Caridade, se dedicou às diversas ocupações na congregação, sendo chamada por
todos de "Irmã Morena". Ela foi cozinheira, responsável do
guarda-roupa, bordadeira, sacristã e porteira. As irmãs a estimavam pela
generosidade, bondade e pelo seu profundo desejo de tornar Jesus conhecido.
"Sejam boas, amem a Deus, rezem por aqueles que não O conhecem. Se
soubésseis que grande graça é conhecer a Deus!". A sua humildade, a sua
simplicidade e o seu constante sorriso, conquistaram o coração de toda população.
Com a idade, chegou a doença longa e dolorosa. Ela continuou a oferecer o seu
testemunho de fé, expressando com estas simples palavras, escondidas detrás de
um sorriso, a odisséia da sua vida: "Vou devagar, passo a passo, porque
levo duas grandes malas: numa vão os meus pecados, e na outra, muito mais
pesada, os méritos infinitos de Jesus. Quando chegar ao céu abrirei as malas e
direi a Deus: Pai eterno, agora podes julgar. E a São Pedro: fecha a porta,
porque fico". Na agonia reviveu os terríveis anos de escravidão e foi a
Santa Virgem que a libertou dos sofrimentos. As suas últimas palavras foram:
"Nossa Senhora!". Irmã Josefina Bakhita faleceu no dia 8 de fevereiro
de 1947, na congregação em Schio, Itália. Muitos foram os milagres alcançados
por sua intercessão. Em 1992, foi beatificada pelo Papa João Paulo II e elevada
à honra dos altares em 2000, pelo mesmo Sumo Pontífice. O dia para o culto de
"Santa Irmã Morena" foi determinado o mesmo de sua morte.
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